sábado, 25 de janeiro de 2014

Para protestar contra preços abusivos no RJ, internautas criam a moeda "Surreal"

Página no Facebook divulga fotos de cardápios com preços altos e estimula os usuários a não pagarem




Misto quente a R$ 20, porção de camarão a R$ 90. Esses são os preços cobrados em uma barraca na praia de Ipanema. A imagem da comanda foi publicada na internet e vários consumidores ficaram impressionados com os valores injustificados dos produtos, mas está longe de ser um caso isolado. Nos últimos dias, os preços no Rio de Janeiro têm subido de forma aviltante.

Para protestar contra os altos valores cobrados pelos comerciantes, os cariocas Flávio Soares, Daniela Nameeles e Andréa Cals criaram a página Rio Surreal. Na fanpage, são publicadas imagens com os preços considerados abusivos pelos consumidores.

Já o webdesigner Toinho Castro propôs a criação do "$urreal" moeda alternativa ao "Real" -- mais adequada à realidade do Rio, segundo Castro. A jornalista Patrícia Kalil se encarregou de usar o rosto do pintor surrealista Salvador Dalí para ilustrar as "cédulas".

Segundo Andréa Cals, um dos fatos que motivou a criação da página foi a venda de um picolé a R$ 20. Diariamente, os responsáveis recebem mais de mil e-mails com fotografias de cardápios e anúncios mostrando os preços extravagantes. Em uma postagem, a página denuncia que um shopping passou a cobrar até pela utilização dos banheiros: na porta desses locais há uma catraca, onde o consumidor deve pagar R$ 3 reais para usar.




Soares afirma que, com a iniciativa, alguns comerciantes já começaram a baixar os preços: o coco vendido na praia de Copacabana, por exemplo, que custava R$ 6, teve seu preço reduzido para R$ 4. O movimento já ganhou adeptos em outras capitais brasileiras.



Além de protestar, o objetivo é incentivar os consumidores a não pagarem valores que considerarem abusivos e a reivindicarem seus direitos. Uma tendência que está voltando entre os moradores do Rio de Janeiro é a prática de levar alimentos de casa para a praia -- popularmente conhecida como "farofa".

De acordo com o Procon, o aumento injustificado de preços é proibido por lei, mas o Código de Defesa do Consumidor não define o que é preço abusivo. Para efeitos práticos, o órgão entende que preço abusivo é aquele que está muito acima da média do mercado.



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado pelo participação!