segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Facebook é acusado de espionar mensagens privadas e pode pagar indenizações bilionárias

Prática fere leis norte-americanas de proteção à privacidade e competição; valor solicitado da indenização é de US$ 10 mil por usuário




O Facebook está sendo acusado de violar a privacidade dos seus usuários ao escanear mensagens privadas para rastrear o conteúdo e reverter em anúncios. Os autores do processo são os norte-americanos Matthew Campbell e Michael Hurley. A prática da rede social, segundo os autores, fere o Ato de Privacidade em Comunicações Eletrônicas e as leis de competição dos Estados Unidos.

De acordo com o processo, quando um usuário inclui links para outros sites em uma conversa privada no Facebook, uma ferramenta da rede social rastreia automaticamente o conteúdo da mensagem, acessa o hiperlink e usa as informações para exibir publicidade direcionada. O processo foi iniciado na corte de federal de San Jose, na Califórnia.

Além de ser ilegal, argumentam os autores do processo, a prática vai de encontro às promessas do Facebook de garantir segurança completa para a função de mensagens privadas. O processo cita um relatório da firma de segurança suíça Bridge, que também denuncia a prática de escanear mensagens privadas.

"Representar para os usuários que o conteúdo das mensagens no Facebook é 'privado' cria uma oportunidade especialmente lucrativa para o Facebook, já que usuários que acreditam estar se comunicando em um serviço livre de vigilância são mais propensos a revelar fatos sobre eles mesmos que jamais revelariam se soubessem que estão sendo monitorados", informa o texto do processo.

Caso seja condenado, o Facebook pode ter de pagar indenizações de US$ 10 mil por usuário. Além disso, um dos objetivos da ação é ganhar status de jurisprudência na Justiça norte-americana. Hipoteticamente, se as cortes concederem ganho de causa para uma fração dos 166 milhões de usuários dos Estados Unidos, o prejuízo vai ser, no mínimo, bilionário.

Jackie Rooney, porta-voz do Facebook, declarou que "as alegações não têm mérito" e que a companhia pretende "se defender vigorosamente". De acordo com a Bloomberg, outras grandes empresas como a Google, Yahoo! e Linkedin, também estão enfrentando acusações por interceptar mensagens privadas com fins publicitários.



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