Prática fere leis norte-americanas de proteção à privacidade
e competição; valor solicitado da indenização é de US$ 10 mil por usuário
O Facebook está sendo acusado de violar a privacidade dos
seus usuários ao escanear mensagens privadas para rastrear o conteúdo e
reverter em anúncios. Os autores do processo são os norte-americanos Matthew
Campbell e Michael Hurley. A prática da rede social, segundo os autores, fere o
Ato de Privacidade em Comunicações Eletrônicas e as leis de competição dos
Estados Unidos.
De acordo com o processo, quando um usuário inclui links
para outros sites em uma conversa privada no Facebook, uma ferramenta da rede
social rastreia automaticamente o conteúdo da mensagem, acessa o hiperlink e
usa as informações para exibir publicidade direcionada. O processo foi iniciado
na corte de federal de San Jose, na Califórnia.
Além de ser ilegal, argumentam os autores do processo, a
prática vai de encontro às promessas do Facebook de garantir segurança completa
para a função de mensagens privadas. O processo cita um relatório da firma de
segurança suíça Bridge, que também denuncia a prática de escanear mensagens
privadas.
"Representar para os usuários que o conteúdo das
mensagens no Facebook é 'privado' cria uma oportunidade especialmente lucrativa
para o Facebook, já que usuários que acreditam estar se comunicando em um
serviço livre de vigilância são mais propensos a revelar fatos sobre eles
mesmos que jamais revelariam se soubessem que estão sendo monitorados",
informa o texto do processo.
Caso seja condenado, o Facebook pode ter de pagar
indenizações de US$ 10 mil por usuário. Além disso, um dos objetivos da ação é
ganhar status de jurisprudência na Justiça norte-americana. Hipoteticamente, se
as cortes concederem ganho de causa para uma fração dos 166 milhões de usuários
dos Estados Unidos, o prejuízo vai ser, no mínimo, bilionário.
Jackie Rooney, porta-voz do Facebook, declarou que "as
alegações não têm mérito" e que a companhia pretende "se defender
vigorosamente". De acordo com a Bloomberg, outras grandes empresas como a
Google, Yahoo! e Linkedin, também estão enfrentando acusações por interceptar
mensagens privadas com fins publicitários.
Fonte: Administradores
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