quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

“A Rede Social” eleva criador do Facebook ao status de porta-voz de uma geração

Jesse Eisenberg interpreta o criador do Facebook em ótimo filme de David Fincher




Em 2003, o jovem estudante Mark Zuckerberg revolucionou o mundo das redes sociais ao lançar o site de relacionamentos Facebook. Sete anos depois, sua controversa trajetória de ousadia e empreendedorismo chega ao cinema para se tornar um dos melhores filmes de 2010. A cinebiografia “A Rede Social”, dirigida por David Fincher e protagonizada por Jesse Eisenberg, sintetiza o espírito inquieto da geração da internet, debruçando-se sobre um dos maiores nomes da era digital e elevando-o ao status de porta-voz dos jovens  que povoam o mundo virtual através de redes sociais.

A trama começa como a velha história do nerd expert em informática que quer ser popular com as garotas, mas não consegue entrar para o grupo dos descolados ou dos atletas. Mark Zuckerberg (Eisenberg), um estudante da prestigiosa Universidade de Harvard (EUA), encontra um caminho
mais audacioso para angariar atenção e reconhecimento – com o suporte financeiro de um abastado colega, o brasileiro Eduardo Saverin (Andrew Garfield), ele lança o Facebook com o intuito de recriar virtualmente o ambiente de experiências sociais da faculdade.

O sucesso instantâneo do site transforma Mark em um popstar tão admirado quanto odiado. Além dos irmãos Tyler e Cameron Winklevoss terem-lhe acusado de copiar o projeto do site Harvard Connection, para o qual foi convidado antes de criar o Facebook, o próprio Eduardo voltou-se contra ele na Justiça para obter maior participação nos lucros do serviço. Com inabalável confiança e surpreendente obstinação, o controverso gênio do Facebook mostra-se alguém que não hesitou em
fazer alguns inimigos para se tornar o mais jovem bilionário do mundo.

A trajetória bem-sucedida de Mark Zuckerberg pode ser coalhada de controvérsias, desafetos e mesmo episódios de conduta moral questionável, mas o mérito do longa de Fincher é conseguir mostrá-lo como um visionário que personifica a geração de empreendedores que floresce no convidativo mundo de caminhos abertos da era digital da informação.

Em consonância com a democratização dos quinze minutos de fama no YouTube e a horizontalização da informação no Twitter, “A Rede Social” é uma narrativa inspiradora sobre as múltiplas oportunidades adormecidas no terreno fértil da internet 2.0, quando os consumidores de conteúdo voltam os holofotes da indústria cultural para si mesmos e se tornam inventores de novas ferramentas comunicacionais.



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