Mary Parker Follett
nasceu em Quincy, no ano 1868 foi
uma autora norte-americana que tratou de diversos temas relativos à
administração, na chamada Escola das Relações Humanas ficando conhecida como a
“profetisa do gerenciamento”.
Formou-se em filosofia, direito, economia e administração pública
e foi autora de três livros.
Suas idéias foram muito revolucionárias para sua época, e,
em boa parte, continuam sendo até hoje desafiantes. Ela foi capaz de enxergar
através do Homo economicus, dos pensadores do Taylorismo, e propor que o ser
humano somente se desenvolve quando carregado de responsabilidade.
Com suas teorias, Follett deu maior importância às relações
individuais dos trabalhadores e analisou seus padrões de comportamento.
Follett viveu em uma época em que o Taylorismo era
dominante. Tempo em que idéias de figuras como Fayol, Frederick Taylor e Henry
Ford dominavam o mundo capitalista. Nesse contexto de extrema valorização da
produção, as idéias de Follett foram ofuscadas, ganhando destaques anos depois
com o surgimento de uma nova mentalidade, que deu origem a Escola das Relações
Humanas
Interessou por problemas de administração industrial, mesmo
porque, na virada para o século XX os problemas sociais provocados pela
industrialização faziam-se sentir fortemente em Boston. A última década do
século XIX marcou, nos EUA, um longo período de desordem financeira e crises
econômicas, sendo o desemprego na indústria um de seus efeitos mais dramáticos,
Mary Parker Follett discursou diversas palestras ao redor do mundo,
principalmente entre 1925 e 1929, ano da quebra da bolsa de Nova Iorque.
Mary Parker Follet conseguiu a liberação noturna das
escolas, onde formaram-se centros educacionais e de lazer para as crianças e
adolescentes pobres da cidade. Para tanto fundou o Comitê para o Uso extensivo dos
Prédios Escolares. Os contatos desenvolvidos com as indústrias, através de seus
centros permitiu que, mesmo sem ser uma administradora Mary P. Follet começasse
a escrever sobre questões de organização industrial.
Em 1924, apresentou seu primeiro trabalho sobre o tema, numa
conferência organizada pelo Bureau de Administração de Pessoal de Boston.
Alguns anos depois esteve em Londres, mas suas conferências em Oxford não
despertaram grande atenção. Voltou outras vezes àquela cidade, onde passou a
residir a partir de 1928 até sua morte, cinco anos mais tarde.
Em certo sentido,as concepções de Mary P. Follet dão
continuidade às teses da Escola Clássica, na medida em que admitem a existência
de princípios gerais aplicáveis tanto à indústria como a qualquer outra forma
de organização. No entanto, incorporando em suas análises uma abordagem
psicológica, prepara de certa forma o terreno para as concepções da Escola de
Relações Humanas.
Sua obra é pouco difundida no ocidente, talvez, por que na
época que foram propostas, o Taylorismo ainda estava bem ativo. No oriente,
seus estudos são mais evidentes na administração das empresas, teorias as quais
estiveram no mínimo 40 anos a frente de seu tempo e algumas que até hoje
mostram-se ainda incompatíveis com o nível de desenvolvimento administrativo
adotado nas empresas.
Ela estava convencida de que, até aquele momento, a
administração das empresas não havia recorrido aos conhecimentos brindados pela
psicologia, não apenas para explicar o comportamento dos trabalhadores, como
para obter um melhor desempenho destes nos sítios de trabalho.
A partir deste diagnóstico geral, Mary P. Follet formulou
duas perguntas fundamentais:
1) O que se pretende que as pessoas façam? e,
2) Como controlar e orientar cientificamente a conduta
humana no trabalho?
Como o objetivo da administração é que os empregados
trabalhem no sentido de determinados fins, é necessário que a gerência
compreenda as pessoas e os agrupamentos que se encontram no interior de uma
fábrica. Para que isso possa ser realizado, Mary P. Follet estabeleceu quatro
princípios de organização:
1) Contato direto: recomendava a presença direta de chefes e
gerentes nos locais onde o trabalho se realizava;
2) Planejamento: recomendava a participação de todos os
envolvidos numa ação desde o momento em que a mesma era planejada;
3) Relações recíprocas: todos os elementos de um conjunto
deveriam estar inteiramente inter-relacionados;
4) Processo contínuo de coordenação: toda decisão é um
momento de um processo. Ela se torna importante no contexto desse processo. Uma
pessoa deve ser considerada importante na medida em que intervém para a tomada
de decisão, dentro de um processo geral, e não porque ocupa determinada posição
na hierarquia.
Este último princípio de organização gerou o conceito de Law
of the Situation , isto é, a Lei da Situação, segundo a qual, nas relações
entre chefes e subordinados, não existem diretrizes gerais e universais para o
cumprimento de ordens. Tudo dependerá da situação ou do contexto em que tais
ordens são emitidas. Ou melhor, é a própria situação analisada objetivamente
que determina quais ordens, e de que maneira, devem ser cumpridas, e não
elementos subjetivos, como a vontade pessoal de um chefe.
Esta lei permitira a unidade e a integração nos locais de trabalho,
na medida em que uma pessoa não daria ordens à outra, mas ambas receberiam
ordens da situação.
Outra concepção importante de Mary P. Follet está
relacionada com a solução dos conflitos. Para ela, os conflitos entre as
pessoas não necessariamente trazem conseqüências negativas para uma
organização. Tais conflitos poderiam ser resolvidos criativamente, de tal forma
a fazer com que a organização evoluísse e não permanecesse estancada por um
impasse.
Morreu em 1933, sete anos depois da morte de sua companheira
Isobel Briggs com qual viveu mais de 30
anos.
Carina
Silva, Momento do Administrador, 18 de janeiro 2014.
Muito legal mesmo este, principalmente porque nunca tinha ouvido falar de Mary P Follet. Vou pesquisar mais sobre ela.
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