Um dos desafios mais importantes e abrangentes enfrentados
pelas organizações hoje em dia é a diversidade da força de trabalho; as
organizações estão se tornando mais heterogêneas em termos de raça, etnia e
sexo de seus participantes. O termo se aplica a qualquer pessoa que fuja da
norma convencional: deficientes físicos, os representantes da terceira idade e
os homossexuais.
Fortalecendo as pessoas
Se você pegar qualquer publicação sobre negócios, encontrará
matérias sobre a mudança no relacionamento entre os administradores e aqueles
que, supostamente, são por eles gerenciados. O processo de tomada de decisão
está sendo levado para o nível operacional, em que os empregados estão tendo a
liberdade de fazer escolhas sobre cronogramas e procedimentos e de resolver
sozinhos problemas relacionados com seu trabalho. Um crescente número de
empresas vem adotando as equipes autogerenciadas, em que os trabalhadores
operam praticamente sem qualquer chefia externa.
Lidando com a ‘temporariedade’
Antigamente, os administradores só tinham de introduzir
programas importantes de mudança uma ou duas vezes a cada década. Hoje, a
mudança é uma atividade contínua para a maioria deles. Administrar, hoje em
dia, poderia ser definido como longos períodos de mudanças constantes,
interrompidos ocasionalmente por curtos períodos de estabilidade!
O mundo enfrentado pelos administradores e trabalhadores
hoje é de permanente temporariedade.
Todas as atividades realizadas pelos
trabalhadores estão em permanente mudança e eles precisam continuamente
atualizar seus conhecimentos e habilidades para atender as novas exigências do
trabalho.As próprias organizações estão constantemente reorganizando suas
divisões, desfazendo-se de negócios que não têm bom desempenho, fazendo
operações de downsizing, subcontratando serviços e substituindo os funcionários
permanentes por temporários.
O estudo do comportamento organizacional pode ajudar a
entender de um mundo profissional em contínua mudança, a aprender a superar as
resistências à mudança e a criar uma cultura organizacional que seja voltada
para ela.
Modelo de Comportamento Organizacional
Um modelo é uma abstração da realidade, uma representação
simplificada de um fenômeno real. No nosso modelo de Comportamento
Organizacional, há três níveis de análise: do nível individual para o sistema
organizacional. Cada nível é construído sobre o nível anterior. O conceito de
grupo sai do nível básico do indivíduo; vamos sobrepondo limitações estruturais
sobre os níveis do indivíduo e do grupo para chegarmos ao nível do
comportamento organizacional.
As variáveis dependentes
As variáveis dependentes são os fatores-chave que você
pretende explicar ou prever e que são afetados por outros fatores. Quais são as
variáveis dependentes básicas no comportamento organizacional?
Os estudiosos do assunto tradicionalmente enfatizam a
produtividade, o absenteísmo, a rotatividade e a satisfação com o trabalho.
Produtividade: Uma organização é produtiva quando consegue
atingir seus objetivos, obtendo resultados ao mais baixo custo possível
(eficiência e eficácia). Precisamos descobrir quais são os fatores que influenciam
a eficiência e a eficácia dos indivíduos, dos grupos e da organização como um
todo.
Absenteísmo: O absenteísmo é o não-comparecimento do
funcionário ao trabalho. É obviamente difícil para uma organização atingir seus
objetivos, se seus funcionários não comparecem para trabalhar. Níveis de
absenteísmo acima do normal, em qualquer caso, causam um impacto direto sobre a
eficiência e a eficácia da organização.
Rotatividade: É a permanente saída e entrada de pessoas da
organização, voluntária ou involuntariamente. Um índice alto de rotatividade
resulta em aumento de custos para recrutamento, seleção e treinamento. Quando a
rotatividade é muito grande ou envolve a perda de pessoal valioso, pode
prejudicar sériamente a eficiência da organização.
Satisfação com o Trabalho: A última variável dependente que
analisaremos será a satisfação com o trabalho, que podemos definir neste momento
como a diferença entre as recompensas recebidas de fato pelo funcionário e
aquilo que ele acredita merecer.
As variáveis independentes
Quais são os principais determinantes da produtividade, do
absenteísmo, da rotatividade e da satisfação com o trabalho? A resposta a esta
questão nos leva às variáveis independentes.
Variáveis no Nível do Indivíduo: As pessoas entram para as
organizações com determinadas características que vão influenciar seus
comportamentos no trabalho, tais como: características biográficas, como idade,
sexo e estado civil; características de personalidade; estrutura emocional;
valores e atitudes; e níveis básicos de capacitação.
Essas características pouco podem ser alteradas pelo esforço
de gerenciamento e tem grande impacto sobre o comportamento.
Variáveis no Nível do Grupo: O comportamento de um grupo é
mais do que a soma das ações dos indivíduos que fazem parte dele. A
complexidade de nosso modelo aumenta quando compreendemos que o comportamento
das pessoas é diferente quando elas estão sozinhas ou em grupo.
Variáveis no Nível do Sistema Organizacional: O
comportamento organizacional alcança seu mais alto nível de sofisticação quando
somamos a estrutura formal ao nosso prévio conhecimento do comportamento dos
indivíduos e dos grupos. Da mesma forma que os grupos são mais que a soma de
seus membros individuais, a organização também é mais que a soma dos grupos que
a compõem. O desenho da organização formal, os processos do trabalho e as
funções, as políticas e práticas de recursos humanos da organização e a cultura
interna, tudo isso tem impacto sobre as variáveis dependentes.
Fonte: ROBBINS, Stephen P. – Comportamento Organizacional – São
Paulo– Prentice Hall, 2002
Carina
Silva, Momento do Administrador
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