A ex-namorada de Thomas Gagnon foi convidada pelo Google+
para participar de seus círculos; ela, que tinha uma ordem de restrição contra
ele, imprimiu e levou o convite à polícia, que prendeu Gagnon
Para alguns, notificações do Google+ são irritantes, mas não
os prejudicam. No caso de Thomas Gagnon, porém, um alerta que aparentemente
vinha de sua conta na rede social foi o suficiente para levá-lo à cadeia. No
mês passado, segundo noticiou a Fast Company, a ex-namorada de Gagnon recebeu
um convite em seu Google+ para se juntar aos círculos dele. Eles tinham
terminado o relacionamento recentemente e a moça havia pedido uma ordem de
restrição contra ele, o que significa que Gagnon não poderia estabelecer
contato com ela.
Ao ver esse convite, a ex-namorada ficou irritada,
imprimindo a notificação imediatamente, levando-a, em seguida, à polícia. Cerca
de uma hora e meia depois, Gagnon já estava sob custódia. A polêmica? O
advogado do acusado, em nome do próprio, afirma que ele não enviou nenhum
convite. Thomas Gagnon diz não fazer ideia de como a “mulher recebeu tal
convite” e sugere que “pode ter sido enviado por um robô”. Pode soar cômico,
mas esse tipo de interação parece comum no Google+, em que frequentemente não
fica claro como ou quando o usuário realmente está na rede ou se ele tem a
opção de não ser considerado um “usuário ativo”.
Para aumentar o engajamento no serviço, o Google começou a
se utilizar de suas propriedades mais populares para de alguma forma forçar o
Google+ nas rotinas das pessoas. Em novembro, por exemplo, o Youtube (que é do
Google), implementou um novo sistema de comentários, que exigia uma conta na
rede social para entrar nas discussões do site de vídeos. Os círculos do
Google+ estão cada vez mais interligados com as propriedades do Gmail, numa
outra tentativa de fazer a rede mais ativa. O problema não é a interação entre
os produtos da empresa, mas a utilização de outros serviços para
arbitrariamente aumentar a base de usuários da rede social.
Como relatado no site The Information, para ser considerado
um usuário ativo no Google+ o Google contabiliza qualquer clique dado nas
notificações que ficam canto direito da tela, quando o internauta usa o recurso
de busca, o Gmail ou qualquer outro serviço. Isto significa que o usuário nem
mesmo precisa acessar a página do Google+ para ser contado como ativo. Esta
política tem causado confusão, principalmente para as pessoas que de fato
utilizam a rede. Quando alguém faz um Gmail uma conta no Google+ é
automaticamente criada para esta pessoa. Assim, utilizando os contatos do
Gmail, o Google+, novamente de forma automática, notifica tais contatos de que
você está na rede, podendo enviar convites para que o novo usuário do serviço
lhe adicione ou seja adicionado aos seus círculos.
Talvez algo desse tipo tenha acontecido com Thomas Gagnon,
uma mensagem automática tenha sido enviada; ele pode ter movido a moça de um
círculo para outro, por exemplo, e o Google+, em resposta, ter notificado a
ex-namorada, sugerindo que ela o adicionasse a outro círculo também. Claro que
existe também a possibilidade de que ele realmente tenha violado a ordem de
restrição (o caso será julgado em fevereiro, quando espera-se descobrir a
verdade). A falta de transparência que envolve o Google+, porém, abre
precedentes para que realmente se considere uma possível falha da rede. O
exemplo de Gagnon é extremo, mas mostra as consequências que podem advir desta
falta de clareza.
Fonte: Administradores
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