domingo, 12 de janeiro de 2014

Convite do Google+ para ex-namorada leva homem à cadeia

A ex-namorada de Thomas Gagnon foi convidada pelo Google+ para participar de seus círculos; ela, que tinha uma ordem de restrição contra ele, imprimiu e levou o convite à polícia, que prendeu Gagnon




Para alguns, notificações do Google+ são irritantes, mas não os prejudicam. No caso de Thomas Gagnon, porém, um alerta que aparentemente vinha de sua conta na rede social foi o suficiente para levá-lo à cadeia. No mês passado, segundo noticiou a Fast Company, a ex-namorada de Gagnon recebeu um convite em seu Google+ para se juntar aos círculos dele. Eles tinham terminado o relacionamento recentemente e a moça havia pedido uma ordem de restrição contra ele, o que significa que Gagnon não poderia estabelecer contato com ela.

Ao ver esse convite, a ex-namorada ficou irritada, imprimindo a notificação imediatamente, levando-a, em seguida, à polícia. Cerca de uma hora e meia depois, Gagnon já estava sob custódia. A polêmica? O advogado do acusado, em nome do próprio, afirma que ele não enviou nenhum convite. Thomas Gagnon diz não fazer ideia de como a “mulher recebeu tal convite” e sugere que “pode ter sido enviado por um robô”. Pode soar cômico, mas esse tipo de interação parece comum no Google+, em que frequentemente não fica claro como ou quando o usuário realmente está na rede ou se ele tem a opção de não ser considerado um “usuário ativo”.

Para aumentar o engajamento no serviço, o Google começou a se utilizar de suas propriedades mais populares para de alguma forma forçar o Google+ nas rotinas das pessoas. Em novembro, por exemplo, o Youtube (que é do Google), implementou um novo sistema de comentários, que exigia uma conta na rede social para entrar nas discussões do site de vídeos. Os círculos do Google+ estão cada vez mais interligados com as propriedades do Gmail, numa outra tentativa de fazer a rede mais ativa. O problema não é a interação entre os produtos da empresa, mas a utilização de outros serviços para arbitrariamente aumentar a base de usuários da rede social.

Como relatado no site The Information, para ser considerado um usuário ativo no Google+ o Google contabiliza qualquer clique dado nas notificações que ficam canto direito da tela, quando o internauta usa o recurso de busca, o Gmail ou qualquer outro serviço. Isto significa que o usuário nem mesmo precisa acessar a página do Google+ para ser contado como ativo. Esta política tem causado confusão, principalmente para as pessoas que de fato utilizam a rede. Quando alguém faz um Gmail uma conta no Google+ é automaticamente criada para esta pessoa. Assim, utilizando os contatos do Gmail, o Google+, novamente de forma automática, notifica tais contatos de que você está na rede, podendo enviar convites para que o novo usuário do serviço lhe adicione ou seja adicionado aos seus círculos.

Talvez algo desse tipo tenha acontecido com Thomas Gagnon, uma mensagem automática tenha sido enviada; ele pode ter movido a moça de um círculo para outro, por exemplo, e o Google+, em resposta, ter notificado a ex-namorada, sugerindo que ela o adicionasse a outro círculo também. Claro que existe também a possibilidade de que ele realmente tenha violado a ordem de restrição (o caso será julgado em fevereiro, quando espera-se descobrir a verdade). A falta de transparência que envolve o Google+, porém, abre precedentes para que realmente se considere uma possível falha da rede. O exemplo de Gagnon é extremo, mas mostra as consequências que podem advir desta falta de clareza.



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