quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

A empresa dos meus sonhos: entenda seu papel na transformação da organização em que trabalha

Cada empresa possui uma cultura diferente que traduz os valores de seu fundador e dos funcionários que nela ingressam e permanecem. Mas será que é preciso abandonar seus valores para enfim se render ao capitalismo vendendo sua mão-de-obra embrulhada em caráter e integridade? A resposta é: não




É comum associarmos o "mundo dos negócios" a competitividade a todo custo, falta de escrúpulos e a busca desenfreada por lucro a despeito de qualquer outra coisa. O que muita gente parece esquecer é de que o "mundo dos negócios" é composto por pessoas e é o reflexo delas. As organizações possuem a "cara" de seus funcionários e são bem mais do que grandes corporações com "transtornos de personalidade".

Organizações são: igrejas, ONG´s, pequenas e médias empresas, cooperativas e até mesmo empreendimentos menores como o mercadinho do seu bairro. Cada empresa possui uma cultura diferente que traduz os valores de seu fundador e dos funcionários que nela ingressam e permanecem. Mas será que é preciso abandonar seus valores para enfim se render ao capitalismo vendendo sua mão-de-obra embrulhada em caráter e integridade? A resposta é: não.

Ao ingressar em uma organização, a forma como "as coisas são" nem sempre fica clara de início, mas aos poucos, a personalidade da empresa vai se revelando através do clima, do tipo de comunicação que ocorre entre os funcionários, da maneira com que a empresa se comunica com o cliente, com a comunidade e em outras práticas. Neste momento então, muitos profissionais se deparam com um dilema: adaptar-se ao "modo de ser" daquela empresa, ou deixá-la. Na maioria das vezes, porém, essa desistência vem muito antes da tentativa de promover mudanças que possam revelar um lado até então adormecido daquela organização.

É claro que esse tipo de mudança nem sempre é aceita em algumas empresas. Principalmente nas que possuem um modelo de gestão fechado e centralizador, mas, mesmo assim, vale a pena pesar as qualidades e defeitos da empresa em que você trabalha e analisar se esses defeitos não são mutáveis às vezes até através de métodos simples. O mais importante nesta situação, é ter a ciência de que, as organizações e processos são criados por pessoas e podem sim, ser modificados por elas.

A cultura organizacional (aquela que responsável pela frase "sempre foi assim") e a comunicação são responsáveis pela maioria dos entraves dos quais a organização deve saber se livrar se quiser sobreviver. Neste momento, é importante entender que seu papel em uma organização vai muito além da simples execução da sua função. Você é uma pessoa capaz de sentir empatia, compreender e colaborar para o desenvolvimento não só da empresa, e sim, das pessoas que nela trabalham e que dividem a maior parte do seu dia com você.

Abaixo, listaremos 05 dicas que podem lhe auxiliar no processo de mudança da sua forma de enxergar o trabalho que você desempenha:

1. Ouça mais do que fale

Diante de um problema, ou atrito, é comum que as pessoas tenham a tendência de "empurrar" suas responsabilidades ou frustrações em cima dos outros, falando sem pensar e muitas vezes, cometendo injustiças e desperdiçando oportunidades valiosas de melhoria em seu trabalho. Uma organização deve ser vista de forma sistêmica, como um organismo que precisa de vários órgãos para se manter em funcionamento. Nenhum trabalho ou função é menos importante e muito menos as pessoas que as realizam.

Antes de propor uma solução ou apontar a raiz que você acredita que seja responsável pelo problema, é importante saber ouvir todas as pessoas envolvidas. O diagnóstico deve ser feito deixando de lado todas as impressões pessoais e analisando os fatos, ouvindo as partes. Você tem uma grande probabilidade de errar na avaliação de um problema, se ao invés de buscar a real raiz dele, estiver mais preocupado em provar que a sua teoria está certa.

2. Respeite a individualidade das pessoas

Cada pessoa possui uma personalidade diferente e não é possível agradar a todos. Apesar da grande quantidade de técnicas que auxiliam as pessoas a se relacionarem melhor, não existe uma receita 100% segura com a fórmula mágica para agradar todo mundo. O mais importante é respeitar o tempo e a individualidade de cada um. As pessoas em uma organização não precisam necessariamente gostar de você e esse não deve ser o seu principal objetivo. Seja profissional e ao apontar algum problema, procure falar sobre o processo e não sobre a pessoa que o desenvolve. O foco no respeito às opiniões adversas e na forma de tratar os outros, garante que seu trabalho seja mais assertivo e que os conflitos (que geralmente escondem problemas de cunho pessoal) sejam menores.

3. Em uma discussão, conduza a conclusão e não a imponha

Pessoas são diferentes e, consequentemente, possuem opiniões diferentes. Ninguém gosta de admitir que esteja errado e muito menos de ser criticado por outra pessoa. A tendência em uma discussão é a imposição de uma opinião, mas esse método nem sempre é o melhor. Vale reforçar que, a situação aqui é aquela que necessita de negociação entre pessoas que podem ou não aceitar o que você acha que é certo e não de uma ordem dada por um superior a um subordinado.

A posição hierárquica que uma pessoa possui em relação a outra pode ser a garantia da implantação de um processo, mas com certeza não garante o seu sucesso. É muito mais fácil implantar um processo que seja entendido e aceito do que imposto. A garantia do sucesso do processo implantado está na forma como as pessoas envolvidas irão recebê-lo e executá-lo. Ao invés de dizer a pessoa que o seu ponto de vista é o correto, porque não questioná-la com perguntas que possuem respostas que validam seus argumentos? Esteja aberto, porém, a receber uma resposta que lhe faça enxergar que a sua ideia não é a melhor. Saber reconhecer e aceitar opiniões e soluções diferentes pode contribuir e muito para a sua evolução profissional.

4. Proponha trocas

Já mencionamos que a organização é formada por várias funções que estão interligadas. É comum então que, em determinados momentos, você se depare com alguma situação na qual o andamento ou conclusão do seu trabalho dependa de outra pessoa. Nesse momento é preciso negociar as necessidades e uma boa dica é perguntar à pessoa como você pode ajudá-la a te ajudar. Alguns procedimentos estão intercalados e ao ouvir o que impede alguém de realizar algo da forma que você quer, é possível se surpreender percebendo que, o obstáculo que o outro encontra é criado por você mesmo.

Por exemplo: diante da necessidade de integrar o controle de estoque ao sistema para facilitar os processos de venda e produção, um vendedor busca a ajuda do supervisor da expedição. Esse por sua vez, informa que a maior dificuldade está na forma como os produtos são cadastrados ou em sua duplicidade (um código de lançamento para o Produto X por quilo e outro código de lançamento do mesmo Produto X por peça). Veja que, neste caso, há uma necessidade de padronização do lançamento dos produtos que cabe ao próprio vendedor (que cadastra os materiais) solucionar. O vendedor se compromete a padronizar o cadastro em troca do lançamento correto das quantidades que entram e saem do estoque.

5. Demonstre benefícios

É mais fácil conseguir a aprovação de uma mudança se você conseguir mensurar os benefícios que ela pode trazer. Todas as pessoas possuem a chamada "zona de conforto" e mudanças costumam causar desconforto e resistência. Milhões de "contras" vão aparecer diante de um novo desafio e, cabe a você, demonstrar que os prós irão compensá-los. Ao invés de exigir que algo seja feito, é preciso estudar o processo que se quer mudar ou implantar, consultando os envolvidos sobre a forma que ele é realizado e propondo métodos alternativos que possibilitem a sua mudança. Neste processo de análise, observando antes de opinar, é possível detectar lacunas e obstáculos que inviabilizam sua ideia evitando que você passe pelo constrangimento de ter seus projetos negados e evitando que você passe a ser visto como aquele que "só pede coisas impossíveis".



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