segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

A crise de liderança no século XXI

Estamos em plena crise de liderança que tangencia a esfera política e social, passando pelos grandes escândalos dentro de empresas que tinham conceitos de imagem incólumes




A chegada do século XXI trazia a esperança de um mundo tecnológico em que a máquina poderia substituir o homem em diversas decisões e, com isso, o papel da liderança pudesse ser substituído por um conjunto de dados e por um processo tão automatizado que não seria necessário uma pessoa para conduzir o mesmo. Já estamos na segunda década do século e o que percebemos é que, ao contrário do imaginamos que seria a era do Jetsons, não voamos pelas cidades em nossas aeronaves pessoais e nossos empregados ainda precisam de férias, motivação e objetivos claros. Um novo século repleto de desafios e crises que assolam não só o Brasil, mas o mundo de uma forma geral. Um recente artigo publicado pela HSM Management avalia como será o líder daqui a 25 anos: uma pessoa com múltiplas qualidades, que utiliza com bastante propriedade todas as informações, mas alguém com muita ética, buscando propósito para sua atividade e orientada para uma sociedade mais justa e colaborativa. Sim, onde está esse líder hoje? Será que no futuro teremos realmente esse tipo de liderança?

Quando pensamos em mudança e crescimento, geralmente esquecemos a grande crise que antecede esses movimentos e a responsável pela transformação de um estado ou mesmo o surgimento de uma nova conduta. O cenário atual demonstra que estamos em plena crise de liderança que tangencia a esfera política e social, passando pelos grandes escândalos dentro de empresas que tinham conceitos de imagem incólumes. Nossos líderes se foram? Um líder não deveria dar o exemplo? Servir a equipe, a uma causa?

De fato, a crise está instalada e podemos ver o reflexo por toda parte: a economia estagnada, as empresas com grandes dificuldades de entregar seus resultados, corrupção, baixo desenvolvimento social e, para coroar tamanha crise, ainda poderemos viver no escuro e sem água por algum tempo. O que nossos líderes empresariais precisariam fazer transformar essa situação? Falta confiança: no país, nas pessoas, nos políticos e na estruturação de uma política global mais justa e igualitária.

Diante de um cenário de grande dificuldade e desconfiança, cabe ao líder instituir a motivação necessária, o acompanhamento e o desenvolvimento de pessoas para que possam atravessar a crise, como fizeram grandes nomes na história do mundo. Uma equipe sem um líder forte, participativo e que crie um ambiente cooperativo e harmônico, nunca entregará seus resultados. O que percebemos é que muitos “líderes” estão ocupados demais em atender as demandas dos conselhos, ou mesmo tentando se proteger de avaliações negativas. A liderança não é um cargo, mas quem ocupa um cargo de liderança deve ter essa competência desenvolvida. O pensar, escolher e decidir não será função de um robô daqui a 25 ou 50 anos. Quanto mais avançamos em tecnologia, mas precisamos dos líderes. A crise atual é fruto talvez da grande individualização que a própria sociedade passa, o famoso “primeiro eu” e por uma série de maus exemplos que se somam e ganham uma projeção de tsunami: avassalador e intenso; por isso, a proteção é quase uma questão de sobrevivência. Aí entra o pecado da indiferença que sentimos ao vermos tantos líderes se aproveitando de seus cargos; acreditamos que é assim mesmo e nos tornamos dormentes a tais situações. Quem perde com isso?

Todos nós, já que a confiança é a base para se construir relações pessoais e comerciais sólidas, para criar um ambiente de colaboração na equipe e assim inova, e por fim o prejuízo que a maioria das pessoas e empresa percebe de maneira mais clara: o resultado financeiro. O prejuízo econômico e financeiro é consequência de uma série de decisões ou não das lideranças, sejam elas empresariais ou governamentais.

A liderança está em crise e está sendo questionada por sua equipe, pelos movimentos sociais, pela massiva utilização das redes sociais e mesmo assim os liderados ainda precisam de um modelo. É final dos tempos dos líderes? Esses líderes vão sobreviver a uma equipe insatisfeita e questionadora? Vai sobreviver à falta de resultados econômicos financeiros? Ou, com tamanha crise, teremos a oportunidade de ver nascerem novos líderes para as próximas décadas?

O que percebemos é que quem ainda questiona esse tipo de liderança não tem um modelo melhor para oferecer na maioria das vezes, e que o surgimento de um novo líder passa por educação, confiança e o desenvolvimento de competências que foram esquecidas ou substituídas por outras. A crise que vivemos pode ser a grande oportunidade para uma grande revolução na área de liderança e na mudança dostatus quo atual. A mudança desse modelo de liderança é certa, só não sabemos se poderemos usufruir da empregada dos Jetsons nos próximos 25 anos.



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