Após ouvir 3,7 mil internautas por todo o país, pesquisa
mostra que posts relacionados ao aumento de prazer e a fuga da dor figuram
entre os assuntos de maior relevância nas redes sociais
O marketing viral é o que podemos chamar de fenômeno mais
recente dentro da comunicação. Cada vez mais empresas e até pessoas físicas se
aliam nesta força para gerar mídia, emitir opiniões, reclamações e postular
duvidas. Para entender esse novo viés na forma de se comunicar, a E-Consulting
Corp., boutique de estratégia e projetos líder na criação, desenvolvimento e
implementação de serviços profissionais em Web, TI, Telecom, Contact Center,
Multicanais e Novas Mídias, desenvolveu um estudo para compreender como
funciona a dinâmica de viralização de retweets, likes e posts opinativos de
usuários na web.
Segundo a pesquisa, nomeada de “O poder do efeito viral”, há
duas categorias centrais de posts inseridas nesta realidade: positivos e
negativos. Os negativos estão ligados, por exemplo, a reclamações junto a uma
assistência técnica de uma empresa. Mesmo a atitude não sendo cabível à
questões contratuais, o consumidor age desta maneira como uma nova forma para
expor o seu descontentamento com o produto.
O estudo comprovou que a atratividade dos temas dos posts
originais estão linkados a uma série de fatores, como ligar a mensagem a uma
figura pública respeitada (ou expert de determinado tema), e principalmente,
com as naturezas motivacionais do receptor, como o aumento de prazer ou a fuga
da dor.
“Sexo, piadas, tendências, twitter de famosos, entre outros
assuntos, criam uma comoção benéfica tanto para quem lê como para quem recebe.
Tópicos que evitam dor, de certa forma, como encontrar empregos, novos remédios,
dicas para evitar pedágios e impostos, processos ligados à comodidade de
serviços e atendimento eficaz à trocas e reclamações também despontam entre os
mais lidos e repassados”, revela Daniel Domeneghetti, sócio-fundador da
E-Consulting.
Para compor o levantamento, a empresa ouviu 3,7 mil usuários
internautas de todo o país. A partir dessas interlocuções, a companhia chegou a
conclusão que há dois tipos de impactos virais ligados ao processo continuo de
geração de mídia e opinião realizados por usuários-consumidores: o que envolve
produto, serviço, empresa e marca, e o que diz respeito ao tema sócio-político.
Quando falamos em produtos, serviços, empresas e marcas,
estes viram integrantes geminados dentro de uma cadeia de valores no espaço
virtual, já que a cada retweet, like, post negativo ou positivo publicado pelo
usuário sobre determinado produto, marca ou fato, 13% do total de sua rede de
relacionamentos tenderá a absorver a mensagem e se mobilizar para a ação ser
realizada, seja para comprar um novo produto ou cancelar uma assinatura, por
exemplo. Os outros 87% impactados pela propagação escutam, leem, mas não
acreditam ou se mobilizam para a ação, necessariamente.
O ponto interessante deste tipo de impacto é a sua forte
recepção aos espectadores passivos, pois a cada usuário direto da rede
impactado, cinco outros indiretos têm contato com a referida mensagem por
participarem das mesmas comunidades dos usuários diretos pertencentes à rede do
emissor principal, que colocou o post inicial.
Para entender a materialização dos números acima,
Domeneghetti explica como foi gerada essa a matemática das redes, que compõe a
analise. “Simulando, se o usuário inicial possui em suas redes e comunidades em
torno de 1000 membros, então 100 destes (os impactados diretos e mobilizados)
devem seguir seus conselhos, enquanto os outros 900 absorverão em alguma
proporção sua opinião ou mensagem (os impactados diretos e alertados). Além
disso, outros 5000 usuários (os impactados indiretos) terão acesso a este
conteúdo”.
Já o outro tema causador de impacto, traçado com cunho
sócio-político, também tem forte apelo no efeito viral. Segundo a pesquisa,
quando o tema tem esta origem e é relevante para quem recebe, a movimentação
para a ação tem quatro vezes mais chances de se transformar em adesão real.
Vale ressaltar que o poder, a credibilidade e o efeito real
deste posts variam igualmente em função dos ambientes em que ocorreram, pois
esses cenários podem ser categorizados em função da dinâmica, natureza e
finalidade da seguinte maneira:
1. Colaborativos (dinâmica), abertos (natureza) e genéricos
(finalidade), como redes e comunidades de amigos (ex. Facebook, Instagram etc);
2. Colaborativos (dinâmica), abertos (natureza) e temáticos
(finalidade), como redes e comunidades sobre carros, doenças, marcas, etc (ex.
Facebook e Instagram com contas corporativas e blog sobre tendências
especificas);
3. Colaborativos (dinâmica), fechados (natureza) e genéricos
(finalidade), como a rede que só aceita pessoas ricas ou bonitas, por exemplo;
4. Colaborativos (dinâmica), abertos (natureza) e
transacionais (finalidade), como os sites de trocas e leilões, tipo E-Bay e
Mercado Livre;
5. Colaborativos (dinâmica), abertos (natureza) e técnicos
(finalidade), como fóruns sobre engenharia e biologia;
6. Controlados (dinâmica), proprietários (natureza) e
institucionais, como sites das empresas;
7. Colaborativo (dinâmica), proprietários (natureza) e
relacionais (finalidade), como o blog corporativo;
8. Colaborativos (dinâmica), abertos (natureza) e
instantâneos (finalidade), como o Twitter de uma pessoa pública, famosa;
Fonte: Administradores
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