“127 Horas” é um grande filme que chama atenção para as
coisas que realmente importam na nossa vida
A história real de um alpinista que ficou preso por cento e
vinte sete horas a uma montanha poderia gerar uma infinidade de filmes. A
maioria deles classe B, com atores desconhecidos, diálogos infames e muito
sangue desnecessário. Poderia, mas não foi o caso de 127, simplesmente porque o
roteiro caiu nas mãos do talentoso diretor Danny Boyle, responsável por
sucessos como “Quem quer ser um Milionário” e “Transpotting”. Mas vamos ao
filme...
Em maio de 2003 o alpinista Aron Ralson saiu sozinho para
escalar o canyon Bluejohn, no estado americano de Utah. Apaixonado pelo
esporte, Ralson encontrava paz de espírito nessas aventuras, aproveitando ao
máximo a solidão e o contato com a natureza. Mas, o que era para ser apenas
mais um passeio de fim de semana, torna-se um pesadelo quando uma grande pedra
se desloca, prensando seu braço contra um paredão de rocha. Começam aí as cento
e vinte sete horas do título, o tempo que o protagonista fica com a vida em
risco, preso a uma montanha, com pouca água e comida.
É difícil falar do filme sem estragar as surpresas, mas 127
é um grande filme que chama atenção para as coisas que realmente importam na
nossa vida. É irônico ver o protagonista, alguém que sempre deu valor a
solidão, perceber que é, justamente, a conexão com outras pessoas, o que mais
importa na vida. Chama a atenção também a maneira com que Aron reage à
perspectiva da morte certa. Ao invés de raiva e amargura seus sentimentos são
justamente de amor e saudade. De posse de uma camcorder ele começa a gravar
depoimentos divertidos e recheados de mensagens positivas para os pais e entes
queridos, na esperança de que, no caso de sua morte, a fita chegue as mãos da
sua família.
Não vou estragar a surpresa, mas é praticamente impossível
falar da maior lição do drama sem comentar o final da história. Saber disso não
invalida, em hipótese alguma, o valor do filme, mas se você não quer saber mais
sugiro que pare de ler o texto por aqui. Ainda comigo? Pois bem, a maior lição
de 127, o que fez com que Aron Ralson sobrevivesse para contar sua história de
vida, é justamente sua capacidade de deixar algo tão importante para trás na
busca da sobrevivência. Ao perceber que não conseguiria soltar-se sozinho da
rocha e que as chances de um resgate eram praticamente inexistentes, Ralson
decide cortar o próprio braço para escapar da morte. Por mais difícil que seja
essa decisão, foi ela que salvou sua vida.
Trazendo para o mundo empresarial, quantas vezes nos
deparamos com empresas que mínguam, tornam-se irrelevantes ou simplesmente
deixam de existir pela falta de coragem de tomar uma decisão semelhante? Deixar
um pedaço de si para trás para sobreviver, e tornar-se mais forte depois disso.
É uma grande lição para a vida e para os negócios. Prova disso é que Aron
continua escalando até hoje, depois do acidente já subiu ao topo do Kilimanjaro
e planeja uma investida ao Everest. Atualmente, ele cobra $25.000 por
palestras, nas quais compartilha a sua história fantástica.
Fonte: Administradores
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