Quer esteja em São Paulo, Nova York ou Bangladesh,
inexoravelmente você já foi ou será assolado por uma das três grandes ameaças
apresentadas por Thomas Friedman em seu livro
“Quente, Plano e Lotado – Os desafios e oportunidades de um
novo mundo” menciona de maneira veemente que estamos chegando a uma lotação
preocupante em nosso planeta. Somos sete bilhões de habitantes e chegaremos a
nove bilhões, na melhor das expectativas, em meados do século. Os países mais
afetados estarão em áreas de baixo desenvolvimento, gerando espaço para
instabilidades políticas e extremismos.
Creio que até o mais cético esteja acompanhando a crescente
onda de intempéries – tsunamis, terremotos, vulcões, enchentes e ondas de frio
e calor as quais têm devastado cidades, estados e nações em diversos
continentes e hemisférios, sem levar em consideração raça, credo ou classe
social.
A globalização e a rede mundial de computadores por sua vez
estão interligando os mercados, fazendo com que cada vez mais as decisões sejam
interdependentes. O fim do comunismo e os novos modelos econômicos têm feito
também com que bilhões de habitantes saiam da linha de pobreza.
Estes novos consumidores, que por décadas estiveram à margem
da sociedade de consumo, exigirão cada vez mais produtos e conforto, o que se
traduz em carros, casas, eletrodomésticos, refrigeradores e condicionadores de
ar, os quais demandarão mais matérias-primas e energia para movimentá-los ou
colocá-los em funcionamento.
Neste cenário, terminaremos por exaurir a biodiversidade,
viveremos numa época de apagões, desbalanceamento entre oferta e demanda de
energia, continuaremos a subsidiar os regimes autoritários dos países do
Oriente Médio, devido à dependência pelo petróleo e despejaremos milhões de
toneladas de CO2, colaborando ainda mais para a elevação da temperatura global.
Para Friedman, mudar a maneira através da qual o progresso
foi construído será extremamente complexo, após séculos de exploração de
recursos sujos e não-renováveis. Culpar as nações subdesenvolvidas seria como
negar décadas de descaso dos países ricos, os quais agora se preocupam com o
tema.
O autor cita a importância da liderança americana no
desenvolvimento de tecnologias sustentáveis, assim como já o fizeram em outras
ocasiões com as indústrias de softwares e computadores. Apesar do ocaso e da
crise atual, o mundo ainda se espelha nas inovações e no espírito empreendedor
ianque.
Os governos por sua vez, deveriam criar leis cada vez mais
severas, sobretaxando e restringindo o consumo de combustíveis sujos em
detrimento de tecnologias limpas, desenvolvendo programas para melhoria da
eficiência de veículos e eletrodomésticos e criando leis para construções
autossustentáveis, apesar dos lobbies das indústrias poluidoras.
Somente uma combinação de esforços sérios, conjuntos e
planejados poderá salvar o planeta de seu destino – quente plano e lotado,
apregoa o autor de forma loquaz.
Fonte: Administradores
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