A técnica de contar histórias, quando bem explorada, pode
trazer resultados significativos no mundo corporativo
Contar histórias. É isso que prega a técnica de
Storytelling, utilizada para enriquecer conteúdos e envolver pessoas no mundo
corporativo. Afinal, é mais fácil engajar por meio de uma narrativa – que
possui apelo emocional – do que apenas com números e dados estatísticos. Mas,
para que o Storytelling tenha o resultado esperado, é preciso saber como contar
essa história. “Como se tem falado muito em Storytelling, alguns profissionais
acreditam que essa é uma ‘moda passageira’ e que qualquer história vale como
aprendizado. Porém, existem técnicas para que o ato de contar seja eficiente e
atinja seus objetivos”, pondera Valéria José Maria, sócia-diretora da MOT, que
se especializa em Treinamento e Desenvolvimento Gerencial.
Veja abaixo 5 dicas compartilhadas por Valéria e seu sócio
Alfredo Castro, no sentido de usar a técnica do Storytelling no contexto
empresarial:
1- Seja coerente:
Um dos pilares do Storytelling é a coerência cognitiva. É ela que permite que
haja congruência entre o discurso, os valores, a missão e a visão das
corporações. “Um momento que exemplifica bem a coerência cognitiva é na
integração de novos colaboradores. Os personagens da história que esses novos
colaboradores ouvem – e que são os antigos colaboradores – precisam agir, falar
e pensar em consonância com aquilo que a empresa prega, para que os novos
possam aderir a esse universo de ideias”, diz.
2- Procure unir
razão e emoção: Em qualquer história, a lógica é fundamental. “A trama da
história é o que vai ajudar a disseminar os valores e a cultura de uma empresa.
E, para conseguir os resultados esperados, não se pode prescindir da emoção,
sem, entretanto, exagerar”, recomenda Castro. Ele diz que esse aspecto do
Storytelling é muito frequente quando é necessário transmitir os valores da
empresa ou em atividades que envolvem a segurança do trabalho. “O uso de EPI,
por exemplo, é fundamental e todos sabem disso racionalmente. Mas o apelo
emocional – por exemplo, contando a história de alguém que sofreu com a falta
de EPI ou que escapou de um acidente graças a ele – torna o argumento ainda
mais forte e ajuda a equipe a aderir ao uso”, exemplifica.
3 - Fale sobre a realização de missões extraordinárias: “A
saga do herói” é um aspecto do Storytelling que caracteriza a necessidade de
vencer desafios extraordinários. “Contar como atingiu uma meta de vendas
difícil, como conquistou um orçamento que precisou de muita negociação ou como
venceu os desafios da implantação de um sistema, por exemplo, incentiva outros
colaboradores a seguirem em frente”, explica o consultor.
4 - Equilibre o medo e a esperança: Quando a equipe recebe
uma missão muito difícil de ser cumprida, cabe ao bom líder saber balancear o
medo e a esperança em seu discurso. “O medo é bom, pois ajuda a manter o senso
de cuidado e atenção nas atividades”, afirma Castro. Mas, ele alerta que não se
deve focar apenas no medo, pois a esperança permite que haja movimento, não
paralisia. “O Storytelling é uma técnica que conta uma história no presente,
mas o líder pode referir-se ao futuro de forma positiva, para trazer esperança
ao seu discurso. O ideal é mesclar 70% de futuro com 30% do passado, que traz
aprendizados”, analisa.
5 - Promova feedback da maneira correta: Castro ensina que
existem quatro formas diferentes de dar feedback a um colaborador, mas que
apenas uma delas é correta. “Pode-se contar uma mesma história de quatro formas
diferentes, mas só uma é eficaz”. É a chamada Verdade Carinhosa, que consiste
em falar sobre a percepção que o líder tem acerca de um colaborador, de maneira
equilibrada. “É uma história com início, meio e fim, que fala sobre os todos os
aspectos de uma ação do colaborador e sobre como o líder percebeu essa
atitude”, informa o consultor. O bom líder se prepara para falar a verdade de
maneira gentil, inclusive quando a finalidade do feedback é corrigir um
comportamento.
Mas, lembra Castro, o feedback também pode ser feito de
maneiras equivocadas. Uma delas é por meio da Mentira Carinhosa, quando os
fatos verdadeiros são omitidos em nome de manter uma relação intacta, evitando
os pontos negativos do colaborador. A Mentira Agressiva também é extremamente
danosa, pois destrói a autoestima e manipula psicologicamente o colaborador. “É
quando só se frisa o impacto negativo de um ação”. A última forma não eficiente
de feedback é a Verdade Agressiva. “É quando contamos uma história que, apesar
de ser verdadeira, não é comunicada com carinho. Ela tem o mesmo efeito de
quando os pais brigam, descontroladamente, com seus filhos: a criança só
entende a agressão, não entende o que fez de errado”, aponta Castro. Ele diz
que um feedback eficiente precisa ter não apenas conteúdo, mas formato
adequado, para que possa ser compreendido adequadamente.
Fonte: Administradores
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