quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Com quantos Messis se faz um time de vendas?

As comparações com o futebol por vezes nos ajudam a entender alguns aspectos importantes, quando discutimos sobre formações de times em diversos outros contextos, inclusive, nos negócios




Conversando com um grupo de alunos sobre qual a melhor estratégia para montar equipes de vendas, veio um comentário inesperado: "no meu time ideal, todos seriam iguais ao Messi".

Embora perigosas, as comparações com o futebol por vezes nos ajudam a entender alguns aspectos importantes, quando discutimos sobre formações de times em diversos outros contextos, inclusive, nos negócios. No caso, a discussão sobre a importância relativa entre se ter profissionais com talentos extraordinários, quase dons, e outros não tão talentosos, mas que respondem muito bem a programas de formação e acabam dando resultados muito bons.

Em vendas, tal como no futebol, profissionais com muito talento, mas resistentes ao treinamento e em adotar técnicas e práticas, acabam por entregar resultados inferiores àqueles apresentados por outros, os quais não possuem tantas qualidades inatas, mas compensam com disciplina, organização, formação e o uso de automação.

Com frequência, empresas buscam profissionais de vendas que apresentam as características comuns, mas subjetivas, dos supostos grandes talentos, tais como experiência, apresentação, facilidade de expressão e relacionamento, carisma entre outras que formam a personalidade de pessoas que sabem argumentar, convencer e negociar com pessoas. Aspectos como formação, disciplina e disposição para receber treinamento são negligenciados. Acreditam que, desta forma, construirão times de vendas vencedores. Podem até acontecer bons resultados, porém, sem a consistência necessária para serem previsíveis ou terem regularidade. Entretanto, é cada vez mais frequente constatarmos que equipes menos dotadas dos aspectos subjetivos, porém, com profissionais de boa formação, abertos ao aprendizado, disciplinados e treinados continuamente, apresentam resultados ascendentes e sustentáveis.

Outro aspecto que vem reforçando o argumento da preparação e formação como fator de sucesso em vendas é o uso crescente da automação de vendas no apoio a atividade dos profissionais. São recursos os quais se usados por profissionais preparados, levam a excelentes resultados. Enquanto isto, é comum aos profissionais que só confiam em seu talento rejeitar fortemente quaisquer tentativas de se impor métodos ou processos automatizados, terem dificuldades para obter resultados que tinham antes. O que mudou? A ciência substituiu a arte?

Definitivamente, a resposta é não. Mas o cliente e seu comportamento de compra sim, não é mais o mesmo.

O cenário dos negócios hoje não permite mais abrir mão das metodologias, melhores práticas e ferramentas de automação de vendas. Procure os talentos, sempre, mas não abra mão de treiná-los, prepará-los e instrumentalizá-los. Privilegie a arte, mas não aceite resistências em seu nome. Previsibilidade e assertividade também são qualidades muito importantes para quem quer obter resultados. E a boa notícia é que podem ser adquiridas e desenvolvidas com a ajuda de métodos, treinamento e automação.

Nestes últimos meses do ano, quando iniciarem o planejamento para o próximo ciclo, não deixem de considerar este assunto em suas pautas de investimento.



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