O rápido crescimento e dinamismo do comércio exterior
ampliaram a disputa por mercados consumidores em todo o mundo e a formação de
blocos econômicos, assim como o fortalecimento de diversas economias
emergentes, impulsionaram a abertura das fronteiras geográficas mundiais.
Concomitantemente, a mobilidade de profissionais entre países tornou-se uma
prática cada vez mais comum no quotidiano das grandes organizações, e está
ganhando destaque no mundo corporativo.
Ao observar a realidade brasileira em diferentes momentos
fica clara a importância de que as organizações, independentemente do setor que
atuem, tenham em seu histórico alguma participação no comércio internacional.
Daí a crescente atuação de empresas nacionais, cada vez mais eficientes e
competitivas, eficiência essa, que deve se estender igualmente para o ambiente
interno e externo da organização.
O crescimento contínuo dos fluxos migratórios originou grupos
de trabalho cada vez mais diversificados, exigindo dos profissionais o
desenvolvimento de uma mentalidade global e de experiências
multiculturais. As carreiras desses
executivos globais estão ganhando espaço no cenário internacional e merecem
atenção de organizações que desejam desbravar as fronteiras entre países.
Em pesquisa feita em 2013 pela Brookfield Global Relocation
Services foram entrevistados líderes internacionais que trabalham com
mobilidade de funcionários em todos os continentes do mundo. O estudo
evidenciou alguns pontos a serem considerados na evolução das carreiras
globais:
- Quando as missões internacionais estavam apenas começando,
elas exigiam funcionários experientes para ocupar cargos de liderança e gestão.
Os candidatos ideais estavam na metade ou no final de suas carreiras e suas
principais preocupações eram como replicar e adaptar seu estilo de vida. Não
era considerado um propósito estratégico consciente, que ligava a atribuição de
uma carreira mais ampla ou um plano de negócios. Estes indivíduos retornavam ao
local de origem com uma expansão ou, pelo menos, uma visão de mundo diferente,
mas que era mais uma coincidência, ao invés de um resultado de que as empresas
tinham planejado.
- Com o surgimento de uma visão mais estratégica sobre as
razões para as expatriações, o perfil do candidato, também mudou. Os
funcionários começaram perceber a missão internacional como uma decisão
potencialmente benéfica para suas carreiras.
- No ambiente de mobilidade dos funcionários globais de
hoje, há uma nova perspectiva emergente. Para muitos funcionários no século XXI
que estão trabalhando no mercado internacional, há uma expectativa de que o seu
próximo trabalho pode ser em qualquer lugar do mundo.
- O perfil dos profissionais designados para missões
internacionais está com uma nova inclinação: estão no início de suas carreiras,
e é cada vez mais frequente a presença de profissionais na faixa de vinte anos.
De acordo com outro relatório de Políticas e Práticas
Mundiais de Transferências Internacionais feito em 2013 pela Mercer (Consultora
internacional em talento, saúde, previdência e investimentos), mais de 70% das
empresas respondentes esperam aumentar as transferências internacionais de
curto prazo em 2013. A pesquisa também constatou um aumento no número total de
transferências internacionais que foram efetivadas no primeiro semestre de
2013, comparadas ao ano anterior, sendo China, EUA, Brasil, Reino Unido e
Austrália, os principais países de destino destes profissionais.
No Brasil, a capacidade de atração de profissionais
estrangeiros é ratificada no Balanço da Coordenação Geral de Imigração (CGig),
do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), com base nos dados que levam em
conta autorizações concedidas pelo Conselho Nacional de Imigração (CNig), no
primeiro semestre de 2013, 1.511 profissionais estrangeiros foram autorizados a
trabalhar permanentemente no Brasil. Ou seja, um número de autorizações 14,04%
maior em relação às 1.325 concedidas no mesmo período de 2012, e também
superior aos anos anteriores.
As permissões de trabalho permanentes somadas às temporárias
no primeiro semestre de 2013 totalizam 29.486 autorizações que o Brasil
concedeu a profissionais estrangeiros. Mesmo considerando o grande volume de
autorizações, ainda há muito para evoluir em termos legais para facilitar as
transições internacionais do mundo corporativo.
O Brasil está buscando desburocratizar algumas normas como,
por exemplo, para a concessão de vistos. No dia 17 de maio de 2013, foi
divulgada no Diário Oficial da União uma resolução do Ministério do Trabalho e
Emprego (MTE) que visa facilitar a entrada de profissionais estrangeiros no
Brasil. A resolução n. 104 acelera o processo de obtenção do visto de trabalho
permitindo que documentos de escolaridade e experiência sejam apresentados
posteriormente à concessão, e também implementa o cadastro eletrônico das
empresas que procuram estrangeiros para atuar no Brasil. Antes esse cadastro
deveria ser feito todas as vezes que as empresas precisavam solicitar vistos
para novos trabalhadores.
As pesquisas evidenciaram que o espaço para carreiras
internacionais vêm crescendo no mundo e também no Brasil. O profissional
expatriado está começando a ser notado com um diferencial dentro do ambiente
corporativo, e esse executivo global necessita de uma gestão adequada para
atender aos objetivos da organização sendo que esta, por sua vez, deve
considerar o aumento da demanda e preparar-se apropriadamente para competir com
profissionais capacitados no mercado internacional.
Fonte: Administradores
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