segunda-feira, 1 de junho de 2015

Laudo médico no currículo: quebra de privacidade?

O laudo medico no currículo é uma tentativa a regulamentação da espionagem e a institucionalização do preconceito dentro da própria lei de cotas, que reabre a porta para esse tipo de “ignorância” a alimenta a informações erradas




Escrevi já muitos artigos sobre a lei de cotas para pessoas com deficiência (como o texto “Ética na lei 8213 (lei de cotas)”) que demostrei as falhas que a lei abrange e o porque essa lei não resolve o problema de contratação. Esse texto eu vou abordar de maneira diferente, porque andei pesquisando sobre a teoria libertaria que cabe muito bem ao direito a privacidade. No libertarianismo – corrente politica econômica que visa o fim do Estado e o livre mercado sem violência e também sem coerção – há uma parte que defende o direito particular de propriedade e o nosso corpo é uma propriedade particular. O Estado nos intima a não ter privacidade dentro da nossa própria deficiência e se ela faz parte do nosso corpo, então ela é uma propriedade privada, nossa, e que ninguém pode se apropriar a quebrar desse direito natural.

O laudo medico dentro de um currículo é a amostra que o Estado é ineficiente para garantir a liberdade e garantir que nosso corpo é uma propriedade sua, sem ao menos, perguntar sobre o que sentimos sobre essa propriedade. Isso é uma violência declarada que sofremos, porque junto com a deficiência – que muitos não tem informação e acabam fazendo imagens errôneas sobre as deficiências – existe o direito legitimo de usarmos os aparelhos que nos cabem usar para facilitar nossa locomoção. Então, além da deficiência, por exemplo, existe a cadeira de rodas que é uma propriedade privada e um direito meu usá-la e se não há acessibilidade, se não há meios de adaptação, poderemos dizer que há sim uma violência a esse direito de usar aquela determinada entrada. Pois se o Estado e a empresa ou comercio não adaptam aquela entrada ou calçadas, então estão levando a dificultar a circulação das pessoas cm cadeira de rodas e se dificultam, estão violando um direito de um terceiro de usar seu direito de ir e vir e comprar onde quiser. É uma coerção a vontade e a vontade é uma propriedade particular que deve ser respeitada a todo ser humano, não só de forma ao interesse de poucos, mas o direito de muitos.

O laudo medico no currículo é uma tentativa a regulamentação da espionagem e a institucionalização do preconceito dentro da própria lei de cotas, que reabre a porta para esse tipo de “ignorância” a alimenta a informações erradas. Talvez, essa lei tenha sido feita como algo como um “consolo” daqueles que queriam trabalhar e não conseguiam, mas que não passa de uma “maquiagem” para esconder a pouca preocupação que o governos de todo tipo, tiveram com as pessoas com deficiência. Pouca não, nenhuma. E ainda fizeram secretarias inúmeras para dizerem que estão preocupados com a causa e muitos deficientes “bateram palmas” achando que era verdade, pois não era, era “cinismo” como todo “cinismo” politico. O laudo dentro do currículo me parece algo surreal que devemos provar que somos o que sempre somos dentro de qualquer dinâmica humana, só somos deficientes. O laudo dentro do currículo é uma violência e das piores, chegando quase, a um “estupro” a nosso direito de não querer expressar sobre essa deficiência.

O Estado nos vê como mais uns que contem alguma deficiência, afinal, quem vai perguntar a 14% da nossa população, quais deficiência contem cada um? O Estado nos engana dizendo que temos o direito a ir onde quisermos, que ele (o Estado) nos protege da violência, que garante transporte adaptado, que garante que tenhamos atendimento medico, que tenhamos um ensino de qualidade, que tenhamos uma infraestrutura para usufruirmos de todo os nossos bens de uso que adquirimos. Mas quando cobramos isso, o Estado nos tratam como se fossemos “mal agradecidos” de coisas que não temos, mas tudo que compramos ou consumimos, contem impostos que sustentam esses serviços. Pessoas conscientes de si mesmas e dos direitos que lhe cabem – não acredito que deficientes não tenham obrigações, muitos são sim agressivos e “acham” no direito de agredir os outros que não atendem suas vontades e não pode ser assim, há regras de convívio que tem que ser respeitadas como “não façam com os outros o que não querem que façam com você” – devem exigir que isso termine e que façamos um currículo que tenha o nosso direito legitimo de não colocar a deficiência nele e sim, que só é deficiente.

A violência como está é comum quando jogamos no Estado, a responsabilidade de cuidar de nós e de nossos bens como se fossemos eternas crianças, pois o Estado nos proibi de temos autonomia quanto a escolher as próprias atitudes de escolher o melhor serviço e a melhor maneira de se portar dentro das amarras sociais. O Estado em si é uma amarra social por si mesmo, mas a nossa cultura que absorve muito bem o ressentimento marxista, ainda cultua o mesmo Estado que o escraviza e o violenta em seu direito. O Estado só é um dos meios de atrapalhar a evolução humana e não fazer do ser humano, um ser racional, mas um ser que deixa de ser humano para ser “rebanho”, apenas a “massa” necessária para produzir e para reproduzir mão de obra. Quando iremos deixar isso de lado? Quanto tempo iremos aguentar leis como essa que violenta nosso direito de não expor nossa deficiência?



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