Erros toscos de ortografia, coesão e coerência foram comuns
no exame que avalia a qualidade do ensino superior
Recentemente, as pérolas do Enem ganharam destaque nas redes
sociais - sobretudo aquelas que revelaram o despreparo dos avaliadores, ao
trazer receitas de miojo e hinos de clubes. Mas não são apenas os estudantes
secundaristas que cometem barbaridades com o idioma: formandos dos cursos
superiores avaliados pelo Enade 2012 escreveram palavras como,
"egnorancia" e "precarea". Além disso, há frases e
construções sem sentido algum.
As informações foram apuradas por uma reportagem d'O Globo,
que teve acesso ao material através de uma corretora de redações do Enade -
cujo nome não foi revelado. Ela avaliou redações de estudantes de cursos como
Administração, Comunicação Social, Relações Internacionais, Direito e
Psicologia. De acordo com o portal, os erros mais comuns eram referentes à
estrutura de frases, imprecisão vocabular e fragmentação de sentido.
Os erros são tão graves que não poderiam ser reparados nem
mesmo após os ajustes de regência, concordância, pontuação e escrita. A prova
pedia que os alunos escrevessem uma redação sobre a violência abordando três
eixos: tecnologia e violência; causas e consequências da violência na escola; e
uma proposta de solução para a violência na escola. Em algumas redações o
resultado foi assustador.
“A violencia e causada muitas vezes pela falta de cultura e
pela egnorancia dos seres humanos, cuja a tecnologia sao duas grandes
preocupação para a sociedade, causando violencia nas escolas (sic)”, escreveu
um estudante. Outras "pérolas" podem ser acessadas no portal O Globo.
A corretora do MEC disparou que as faculdades estão formando
nada menos do que analfabetos funcionais. Ela revelou que os critérios de
correção são flexíveis para manter a média do exame, mas isso não reflete uma
melhora no ensino superior. E isso acaba desaguando no mercado de trabalho, com
a formação completamente inadequada de profissionais incapazes.
Segundo especialistas consultados pelo portal, o problema
não está na educação superior, e sim na educação de base, onde reside o ensino
do sistema linguístico e das normas gramaticais.
Fonte: O Globo
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