Elevação do IPI em janeiro e obrigatoriedade de airbag e ABS
em carros zero quilômetro a partir de 2014 se somam à sazonalidade para
baratear veículos agora.
São Paulo – Com o iminente aumento do Imposto sobre Produtos
Industrializados (IPI) em janeiro do ano que vem, muita gente pode estar
pensando em comprar um carro novo neste final de ano. Segundo especialistas,
pode até ser uma boa, desde que seja possível obter um bom desconto. Mas a
estratégia requer alguns cuidados.
Dezembro já é um mês em que as montadoras costumam conceder
descontos para os modelos fabricados naquele ano, ainda que sejam modelos zero
quilômetro do ano que vem. A ideia é liquidar os estoques para dar espaço aos
modelos fabricados no ano seguinte.
Ou seja, neste ano, um modelo 2014 fabricado em 2013 (os
chamados modelos 13/14) deverá ganhar um desconto frente ao mesmo modelo 2014
já fabricado no ano que vem (os modelos 14/14).
Isso acontece porque um carro 13/14 tende a desvalorizar
mais, na hora da revenda, que um carro 14/14 do mesmo modelo, por exemplo.
O último mês do ano também é uma época de descontos em
modelos que vão sofrer modificações no ano seguinte, como um “facelift” – uma
mudança no visual e nos equipamentos de fábrica e opcionais, o que pode ser
mais ou menos radical – ou mesmo sair de linha.
Assim, essa época costuma ser boa para comprar carros zero
quilômetro menos atualizados com desconto, desde que a promoção seja boa o
suficiente para superar a possível desvalorização daquele veículo.
Mas segundo Paulo Garbossa, professor de Gestão Automotiva
da Fundação Educacional Inaciana (FEI), normalmente não é preciso correr para
fechar a compra ainda em dezembro.
“Há uma série de descontos que começam em dezembro e com
quase certeza continuam em janeiro. As vendas de novembro, neste ano, foram
inferiores ao esperado. As montadoras fazem promoções para desovar os estoques
e atingir as metas de vendas”, diz o professor, que acrescenta que as promoções
costumam ir aproximadamente até 20 de janeiro.
Desconto precisa superar depreciação
Para valer a pena, o desconto no preço de um veículo mais
desatualizado deve superar a sua possível depreciação após um ano de uso, que é
quando os carros costumam perder mais valor para uma revenda.
A depreciação de um veículo depende muito do modelo. Modelos
mais populares e de fácil revenda costumam desvalorizar cerca de 10% ao longo
de um ano, enquanto que modelos mais caros ou beberrões, como SUVs, podem
depreciar cerca de 20% no período.
Para um modelo 2014, mas fabricado em 2013, por exemplo, um
desconto de 10% no preço já pode ser bem interessante.
“Um percentual de 15% a 20% para um sedã ou um hatch é um
bom desconto, pois dificilmente esse tipo de carro deprecia tanto assim. Um
desconto de apenas 5% dificilmente vai ser vantajoso para qualquer modelo”, diz
Milad Kalume Neto, gerente de desenvolvimento de negócios da consultoria
automotiva Jato Dynamics.
Fonte: Revista Abril
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