Assim como a química explica a matéria e as suas reações
através dos elementos, a formação acadêmica em Administração pode ser mais bem
compreendida a partir das disciplinas que fazem parte deste curso, entendendo
os seus conceitos, objetivos e importância, evidenciando a partir disso que
papel esse profissional é capaz de desempenhar.
A graduação apresenta ao estudante uma gama de disciplinas
bastante ampla, fazendo da Administração uma das formações mais genéricas, e
por isso mesmo, considerada por alguns como uma ciência interdisciplinar.
Infelizmente o curso ainda passa por alguns problemas de
identidade, tanto no paradigma dos graduados, como principalmente nos
estudantes, que muitas vezes têm apenas uma vaga idéia sobre a formação, o
perfil do profissional e o que a sociedade vai esperar dele depois de formado.
É comum ver jovens fazendo a escolha do curso pelos motivos
errados, menos por vocação, aptidão e sonho, e mais pela facilidade de acesso
aos vários cursos pelo país, do baixo custo das mensalidades, e de um caminho
mais curto e suave para a formatura em comparação a outras formações como
engenharia e medicina.
O problema é que depois da graduação, são comuns os casos de
profissionais com dificuldades de acesso aos cargos de primeiro escalão das
empresas, sendo preteridos nas seleções por candidatos de outras formações que
não tem o estudo de matérias ligadas aos temas gestão e negócios, restando-lhes
então as vagas em subempregos, que exigem baixo nível de formação acadêmica e
de complexidade intelectual, e remuneração ao piso salarial nacional, num
patamar onde não deveriam estar diante da sua formação. Mas e o que então
poderia explicar essa situação?
Muitos graduandos em Administração têm rotinas profissionais
em tempo integral, o que compromete o aprendizado acadêmico, já que o tempo
reservado ao estudo fica muito limitado, e logo começam as barganhas com
professores para a redução de nível de cobrança nas avaliações, de menores
cargas de leitura e de trabalhos extraclasse. Os estudantes vão pelos caminhos
da mediocridade, passando pelas matérias sem o conhecimento adequado dos seus fundamentos,
dos principais autores e suas obras clássicas, apresentando trabalhos mal
feitos, ou cópias “Ctrl + C”, “Ctrl V”, sem participar de estágios
qualificados, entre outras conveniências que prejudicarão muito a formação.
Administrar entre outras coisas, é tomar decisões, e para
fazê-lo com excelência é preciso uma rica base de conceitos, de conhecimentos
quantitativos e qualitativos, de visão sistêmica, usando inteligência lógica e
o emocional, 100% das pessoas concordarão com a necessidade de um preparo
longo, metódico e específico para o piloto da situação anterior, já se for
perguntado o que é necessário para abrir um negócio, provavelmente terá no topo
das respostas: muita confiança, vibração, energia, otimismo, que seja um sonho
de infância, e tantas outras coisas abstratas que na verdade não garantem
absolutamente nada para o sucesso da empreitada.
Fonte: Administradores
Carina
Silva, Momento do Administrador, 28 de dezembro 2013.
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