É hora de “arrumar a casa”, organizar a gestão para receber
investimentos ou unir forças
Inúmeros são os motivos que mobilizam transações de fusão e
aquisição de empresas no Brasil e no mundo. A competitividade entre
investidores internacionais e nacionais, aliado ao crescimento das consultorias
que prestam assessoria para essas transações também impulsionam a movimentação
dos investidores. De acordo com a PwC (PricewaterhouseCoopers), entre janeiro e
outubro deste ano, a origem dos investimentos M&A no país se deram através
de investidores nacionais (57%), totalizando 338 aquisições, demonstrando um
recuo dos estrangeiros que representaram 257 dos negócios anunciados.
O segmento de serviços auxiliares (setores de consultoria,
administração e participação, marketing e propaganda) esteve em primeiro lugar,
e representou 15% das operações, com 102 negócios no período. Em segundo lugar
temos TI, que teve uma leve desaceleração das atividades no segundo semestre
com 11% do mercado (74 transações).
Nas avaliações da PwC, a modalidade de compra de participações
majoritárias representou a maioria das transações e totalizou 367 negociações,
o que sinaliza uma necessidade de controle dos investidores num ambiente de
negócios complexo. O Brasil continua em 116ª posição no ranking do Banco
Mundial sobre a facilidade em fazer negócios. Por outro lado, a modalidade de
investimentos em participações minoritárias somou 228 negócios para o período
em 2013. Alguns dos principais aspectos que impulsionam tais interesses nesse
tipo de transição são os realinhamentos estratégicos das atividades da empresa,
o financiamento do crescimento via eventualmente aquisição. Pode-se vislumbrar
a expansão, diversificação de produtos ou mesmo incorporar outros similares.
Também vale a pena destacar o fato que a maioria das operações de M&A vem
de empresas nacionais (302 operações), apesar se ter um número muito relevante
de operações originadas por empresas internacionais (232 operações).
A busca por uma maior eficiência, competitividade e aumento
do lucro é a grande motivação das organizações nesta década, principalmente,
com a internacionalização das corporações. Além das fusões que estrategicamente
vislumbraram uma combinação de recursos complementares que acabam resultando na
redução de custos, otimização de recursos e a unificação de produtos, há outras
que procederam na união de empresas de diferentes setores. Esse último aspecto
é uma importante tática que impacta diretamente no crescimento da companhia em
relação, por exemplo, ao acesso de novas tecnologias (Know-How) que acabam
impulsionando o crescimento da nova empresa. É uma jogada inteligente para quem
já percebeu que a terceirização de serviços não foi rentável ao negócio e a
solução foi buscar alianças através de um processo de joint venture.
União pode ser operacionalizada justamente via joint
venture, que representam ainda um número baixo se comparado à compra de
participação maioritária e minoritária, elas já somam 31 transações (4,7% do
total), na frente das fusões com 3,5%, das incorporações com 2%, e cisões com
0,3%, segundo PwC. Em relação às empresas que se unem, o resultado disso pode
vir a constituir apenas uma associação ou a criação de uma nova companhia,
porém continuam independentes juridicamente. A aliança formada compete a
partilha da gestão, dos lucros, os riscos e os prejuízos. Dentre os casos de
joint venture no Brasil, temos o exemplo da BRF - Brasil Foods, do ramo de
produtos alimentícios, que no ano de 2012 associou-se à empresa chinesa DCH -
Dah Chong Hong Holdings Limited. Com objetivo bem definido, a BRF entra no
mercado chinês e expande a marca Sadia na China.
Mas para alguns empresários essas estratégias podem ainda
estar longe da realidade da empresa, principalmente para quem tem dificuldades
no giro de caixa ou na gestão como um todo. É hora de “arrumar a casa”,
organizar a gestão para receber investimentos ou unir forças. Por mais negativo
que seja esse cenário, ainda assim é promissor quando os sócios percebem que há
soluções para a crise. E em se tratando de investidores e formatos de negócios,
é importante por a casa em ordem para que ela seja vista de maneira positiva
aos olhos dos investidores e volte a lucrar.
De fato, uma das grandes dificuldades ao desenvolvermos uma
gestão interina em empresas é a questão societária, a divisão de pensamentos e
ideais em comum. Quer seja o interesse, ou busca de investidores ou venda, é
ideal estar alinhado e com foco nessa situação para evitar problemas de
discordância no futuro. Não há gestor que não deseje lucro, por isso, a
confiança é o primeiro passo na conquista dos objetivos. Além disso, se você
deseja vender sua empresa é importante ter velocidade, escolher o momento da
empresa e entender o momento do mercado, além de preparar a empresa para esse
momento.
Fonte: Administradores
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