Compreenda os riscos e os cuidados desse modelo que está
atraindo a atenção dos empreendedores
Segundo o relatório da 27ª edição da Webshoppers, realizado
pela e-bit com o apoio da Câmera Brasileira de Comércio Eletrônico, o total das
vendas online do país chegou a R$ 22,5 bilhões em 2012. Com mais de 42 milhões
de e-consumidores, as franquias virtuais despontam como uma nova tendência de
franchising, de olho nesse público que cresce ano após ano.
A variedade de serviços oferecidos por esse tipo de rede é
grande, como vendas de soluções em estratégia de marketing digital, serviços de
consultoria variados, oferta de emprego e venda de produtos eletrônicos.
Seguindo as mesmas regras das redes tradicionais, a
franqueadora virtual também deve obedecer aos parâmetros da Lei de Franchising
(8.955/94), bem como às práticas de mercado atuais na sua concessão e gestão. A
principal diferença, porém, está nos custos iniciais, que são inferiores aos
investimentos de uma franquia física, já que não é necessário alugar um
estabelecimento comercial ou manter uma grande equipe de colaboradores. “As
franquias comuns requerem um alto valor de investimento, enquanto as virtuais
precisam apenas de um capital que gira em torno de R$ 20 mil ou menos”, afirma
Ricardo Camargo, diretor executivo da ABF.
Baixo custo de investimento, possibilidade de retorno rápido
e um mercado que fatura bilhões de reais anualmente. Falando assim, esse modelo
de negócio se torna tentador aos olhos de novos empreendedores. No entanto,
tornar-se um franqueado desse tipo requer cuidados. É imprescindível que os
interessados pesquisem e questionem o tipo de suporte oferecido pelos franqueadores.
“Os cuidados e os riscos para se tornar um franqueado virtual são os mesmos que
em qualquer outro tipo de franquia, por isso é essencial que o interessado
tenha todos os detalhes necessários que os auxiliem em sua tomada de decisão”,
diz a advogada Melitha Novoa Prado.
Os franqueados virtuais precisam estar atentos a como se
dará a transferência de know-how para que os novos empreendedores não comecem a
trabalhar “no escuro”. Afinal de contas, uma vez que elas não possuem sedes
físicas, presume-se que todo o treinamento será oferecido online, certo? Nem
sempre.
No caso das franquias virtuais, cabe a cada franqueador
ficar encarregado de como funcionará esse processo. Em casos onde não existem
lojas físicas, o franqueador precisa organizar uma forma para que o franqueado
comece a trabalhar com o mínimo de conhecimento das ferramentas e das
estratégias de crescimento. “Nem que isso resulte em um encontro entre ambos em
algum lugar comum”, diz Camargo, mostrando que os novos sócios não precisam
ficar restritos aos meios digitais.
Outra dica para fazer uma boa escolha é conversar com
membros da mesma rede. “O novo franqueado virtual tem liberdade de conversar
com os outros franqueados da rede e acesso a todo know-how e tecnologia
estabelecido pelo franqueador, através de processos e ferramentas desenvolvidos
pela rede”, afirma Melitha.
A advogada ressalta também que os franqueadores têm a
responsabilidade de escolher bons parceiros. “O franqueador deve estar atento a
todas as inovações de mercado e selecionar muito bem os seus franqueados.
Constituir uma rede de franquia no segmento digital é uma coisa ainda muito
nova, que carece de experiência prática para que, então, possam ser criados
novos conceitos.”
O perfil do franqueado virtual
Afinidade com ferramentas de marketing online para ajudar na
divulgação de seu novo empreendimento é uma das principais qualidades que os
interessados devem ter. “O negócio tem mais chances de emplacar nas mãos de
pessoas que possuem um conhecimento mais técnico e profissional dos recursos
tecnológicos”, diz Camargo. As qualificações ainda incluem o perfil de um
empreendedor arrojado, que não tenha medo de enfrentar novos desafios e esteja
capacitado para trabalhar em um segmento dinâmico, que se renova e inova a todo
o momento. É por isso que a maioria dos interessados em se tornar um franqueado
virtual é formada por jovens universitários já familiarizados com as novas
tecnologias.
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