Várias histórias que Akio Morita conta em seu livro, “Made
in Japan”, sobre sua vida e sua empresa, a Sony, lhe dão toda a autoridade para
afirmar que “Todos podemos ser inovadores quando nossa vida depende daquilo”
Akio Morita conta como era o conturbado Japão do pós-guerra.
Um Japão destruído, sem emprego, sem dinheiro, sem matéria-prima. No trem para
Tóquio, onde tentaria trabalhar como professor, ele se perguntava: “Como
sobreviver? Quem sabe posso fazer alguma coisa? O que os japoneses precisam
agora?”. “Tudo” era a resposta mais óbvia. Mas ao comer um bolinho de arroz que
trazia para a viagem, veio a idéia: Arroz. “Quem sabe eu não poderia fazer algo
para ajudar a cozinhar arroz?”. Só que no Japão destroçado não havia metal em
parte alguma, mas, por ter servido como oficial técnico durante a guerra, ele
teve fácil acesso aos então inúteis compartimentos de bombas dos aviões. Ele
então pegou os tanques e os reformou para fabricar as primeiras máquinas de
cozinhar arroz.
Seu segundo produto foi a fita magnética. Morita relata suas
dificuldades em encontrar material adequado para servir como fita e como
improvisaram papel usado para este fim. Depois extraíram o material magnético,
o óxido de ferro, a partir de ferrite oxálico aquecido em frigideiras e
pintaram nas fitas com a mão. As primeiras gravações eram horríveis, mas eles
foram aperfeiçoando o produto que acabou culminando com um excelente contrato
de fornecimento de fitas para a IBM em 1965.
Esta e outras histórias que Akio Morita conta em seu livro,
“Made in Japan”, sobre sua vida e sua empresa, a Sony, lhe dão toda a
autoridade para afirmar que “Todos podemos ser inovadores quando nossa vida
depende daquilo”.
Infelizmente, a maioria das empresas não cultiva a inovação
em seus negócios. Aliás, muito pelo contrário. Vemos muitas iniciativas para
impedir o processo criativo nas empresas. Larry Farrell, um dos grandes
estudiosos do empreendedorismo corporativo, explicou as sete formas de se matar
a inovação na empresa:
1) Eu estou OK, você está OK. Se estamos todos em situação
confortável, por que mudar? Por que inovar? Por que querer fazer algo
diferente?;
2) Alta direção desconectada, que acaba por não estimular um
ambiente propício à inovação;
3) Falta de contato. As boas idéias não vêm da sua cabeça.
Geralmente vêm do cliente, ou do concorrente. Se você não estiver em contato
com eles perderá boas fontes de idéias;
4) Centralizando tudo. A visão taylorista de administração:
“Eu faço tudo, você não precisa pensar, só obedecer.”;
5) Laboratório distante de tudo. Estar longe do seu mercado
significa alto risco de inventar o que ninguém quer;
6) Controle total ao Marketing. Quando eles só pensam em
melhorar o que já existe e se prendem a paradigmas que impedem o
desenvolvimento do espírito inovador;
7) Um único jeito de fazer as coisas. Quando os processos
estão cristalizados, os seus executores não conseguem vislumbrar formas
diferentes de se fazer as mesmas coisas.
Quem conhece uma animação da Pixar/Disney intitulada “Vida
de Inseto”, vai se lembrar de um excelente exemplo deste último item. No início
do filme, Flick uma formiguinha “inovadora” procura demonstrar as vantagens de
um equipamento que ele inventou para facilitar a colheita de grãos. “Flick, não
temos tempo para isso”, diz uma das formigas. “Mas é justamente isso! Com a
minha ceifadora poderemos ampliar a produção e ganhar mais tempo!”, argumenta
Flick. “Ora, esqueça isso, largue este troço, volte para a fila e colha os
grãos como uma formiga”, todos dizem. E ele se vai, frustrado (mas não
resignado como se verá ao longo do filme). “Ceifadora, hunf! Fazemos a colheita
assim desde que eu era uma larvinha!”, diz o mais velho da colônia. Alguma
semelhança com situações que conhecemos?
Mas o maior estimulador da inovação é mesmo a necessidade,
como Morita já demonstrou. Outro empreendedor, Larry Hillblom, da DHL, também
tem histórias para contar. Ao tentar transformar seu trabalho de entregador
free-lance em uma companhia, Larry esbarrou nos bancos para obter crédito. Eles
simplesmente não acreditavam numa empresa de entregas que não tivesse uma rede
formada. Nada mais óbvio, não? Pois Larry passou então a viajar aos principais
países para recrutar voluntários. No limite da necessidade, perguntou a um
motorista de táxi em Sidney se ele não gostaria de se tornar o presidente da
DHL na Austrália, e ele aceitou. Depois de um ano, com sua ‘rede’ mundial
formada, ele voltou e conquistou a confiança do Bank of América para iniciar o
negócio. Hillblom ensina: “Podemos fazer muito mais em uma hora de crise do que
em um mês de tranquilidade.”.
Fonte: Administradores
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