Spoleto, Koni Store, Domino´s, Totem e Reserva já se
manifestaram sobre o assunto. Se engajar ou não ao tema, no entanto, tem mais a
ver com essência do que com estratégia
As manifestações por todo o país envolvem o governo, as
pessoas e até mesmo as marcas, que precisam estar atentas aos interesses dos
seus públicos. Algumas já se posicionaram favoráveis às reivindicações
pacíficas nas redes sociais. É o caso da Totem, da Reserva e das redes Spoleto,
Koni Store e Dominos´s, do Grupo Trigo. Se envolver ou não no tema, no entanto,
vai além de uma questão estratégica e depende da essência da empresa.
Aquelas que buscam se posicionar e desenvolver iniciativas
sobre o tema sem uma identidade compatível ou um histórico de engajamento
social tendem a passar uma imagem negativa, ainda que seus consumidores estejam
abertos a dialogar sobre os protestos. “Se a empresa não defende a ideia e não
costuma se envolver com questões similares pode soar falso, como um
oportunismo”, opina Ricardo Guimarães, Presidente da Thymus Branding, em
entrevista ao Mundo do Marketing.
Por outro lado, as empresas que se manifestam sobre o
assunto e são coerentes com seu DNA não agem apenas pensando na visibilidade. A
atitude tem relação direta com o que são e como enxergam o mundo. “As marcas
que são mais interativas, que participam dessa sociedade em rede e são ativas,
naturalmente se posicionam porque isso tem a ver com suas crenças e com o
perfil dos seus públicos e donos”, avalia Guimarães.
Marcas se mobilizam
A Reserva tem publicado imagens de pessoas que postam fotos
do protesto com a hashtag #tonaruapelobrasil em suas redes sociais e envolvido
seus funcionários na causa. “A Reserva é uma marca idealista, sempre foi, e
nada nos impede de dizer o que pensamos e de seguir os movimentos que
acreditamos. São 500 pessoas trabalhando conosco, então são 500 cidadãos que
querem que algo mude”, explica Rony Meisler, Sócio e Fundador da Reserva, em
entrevista ao portal.
Além de publicar imagens dos consumidores nos protestos, a
marca usará as redes sociais para escolher as principais palavras que
representam o movimento e desenvolver uma camisa inspirada no tema. “A ideia é
vender em todas as lojas e na internet por quase metade do preço das camisetas
normais. A Reserva enquanto entidade está preocupada em se envolver. Fortaleceria
muito o processo democrático se todas as empresas se engajassem nessa causa
também”, destaca Rony Meisler.
Os colaboradores da Reserva foram liberados mais cedo para
participarem dos protestos. O mesmo ocorreu com a Totem, que também postou mensagens
de apoio às reivindicações na internet e terminou o expediente mais cedo ontem,
dia 20. Além das duas marcas, o Grupo Trigo publicou nas redes sociais do
Spoleto, da Koni Store e da Domino´s Brasil uma mensagem avisando que, durante
o período das manifestações, os canais não divulgarão informações sobre
produtos e serviços porque abrirão espaço para imagens de consumidores fazendo
protestos pacíficos.
Atenção ao cenário do país
A maior vantagem da participação das marcas está no vínculo
criado com as pessoas, já que elas se sentem compreendidas e acolhidas em um
momento em que o governo não estabelece um diálogo maior. “As marcas são mais
do que um nome, uma embalagem ou um design diferente. Por isso, é muito
importante que estabeleçam um contato próximo com o consumidor e que tenham
atitudes condizentes com o que passam para a sociedade. Uma ação vinda de uma
essência verdadeira pode gerar uma grande identificação e aproximação com seus
públicos”, analisa Carolina Soihet Cohen, Sócia e Coordenadora da Top Branding,
em entrevista ao Mundo do Marketing.
Apesar de todos os pontos positivos, o conteúdo e a maneira
como as empresas comunicam seus posicionamentos devem ser analisados com
cautela para que a percepção das pessoas seja em relação ao apoio à liberdade
de expressão e à melhora de qualidade de vida da população e não ao vandalismo
ou a determinados partidos políticos.
Posicionando-se ou não, as marcas não podem ignorar o atual
momento do país. Em um cenário completamente novo e até pouco tempo atrás
imprevisto, as empresas que lidarem com o novo ambiente social terão mais
chances de compreenderem as necessidades e exigências do mercado e dos
clientes. “A marca tem que mostrar que está antenada com o momento e com o que
é importante para os seus consumidores. Se eles são um público mais jovem, que
quer fazer a diferença, e a marca está falando sobre si ou assuntos que não
interessam, com certeza abrirá espaço para a concorrência que estiver mais em
sintonia com eles”, destaca Carolina Soihet Cohen.
Veja abaixo algumas imagens publicadas nos canais digitais
das marcas:
Fonte: Mundo do Marketing
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