O que nos faz
sentir bem com o nosso trabalho?
As
pessoas se preocupam somente com dinheiro? É por isso que profissionais
trabalham horas e horas muitas vezes fora dos seus horários? Seria somente por
dinheiro? Para Dan Ariely, professor
de psicologia e economia comportamental na Universidade de Duke, e fundador do The Center for Advanced Hindsight, não
. Segundo sua pesquisa muitas pessoas que praticam o montanhismo passam por
incalculáveis dificuldades durante a trajetória, dificuldade para caminhar,
queimaduras de gelo, dificuldade para respirar e mesmo assim, quando chegam ao
topo, descem e depois de se recuperarem começam tudo novamente. Qual a
motivação que os leva a seguir tão árduo caminho? Segundo ele o simples
desafio, ou a sensação de estar “no topo” de atingir um fim é inspiração mais
do que suficiente para tal esforço.
Há
alguns anos, um aluno de Dan estava trabalhando em um grande banco e trabalhara
em uma apresentação de Power Point para
uma fusão e aquisição há duas semanas, gráficos, tabelas, informações...
Trabalhou todos os dias até tarde da noite e no dia final do prazo da
apresentação, ele enviou a apresentação para seu chefe e ele lhe escreveu de
volta respondendo “Boa apresentação. Mas a fusão está cancelada.” Enquanto ele
estava trabalhando horas e horas aperfeiçoando sua apresentação ele estava
feliz, mas após saber que ninguém assistiria ele ficou se deprimiu. A partir
deste fato Dan criou uma experiência com folhas de papel com uma espécie de
caça palavras onde a pessoa deveria circular as letras repetidas que estivessem
próximas umas das outras, a pessoa após completar a tarefa receberia 3 dólares
por folha, valor que ia diminuindo conforme o numero de folhas, e separou em 3
grupos, no primeiro a pessoa colocava o nome na folha e o pesquisador examinava
a folha e dizia ”ok’’ colocando a folha junto com as outras, no segundo o
participante não colocava o nome na folha e o pesquisador nem olhava o
resultado apenas colocava na mesa com os outros papeis, e o terceiro grupo além
da pessoa não escrever o nome na folha o pesquisador nem olhava o resultado, só
colocava a folha direto no triturador de papel. Qual o resultado? As pessoas
que tinham o nome na folha e escutava o “ok’’ do pesquisador aceitavam
trabalhar por metade do valor das outras dos outros 2 grupos. O que vemos aqui
é o quanto um simples “ok’’ pode impactar
na produtividade de uma pessoa, e o quanto o fato de um trabalho “não
ter sentido” pode desmotivar alguém.
A
construção a motivação no período pré industrial talvez estivesse ligada
diretamente ligada ao pagamento, mas nos dias de hoje na Economia do
Conhecimento se somarmos ao pagamento valores como o significado, a criação,
desafios, propriedade, identidade orgulho etc. Dan termina dizendo “Talvez possamos criar
nosso próprio significado de motivação e se fizermos isso nos nossos locais de
trabalho teríamos pessoas que seriam tanto mais produtivas quanto mais
felizes”.
Reportagem de Christian Bittencort, Momento do Administrador, 27 de Junho 2013.
Belo texto e ótima inspiração Dan Ariely consegue enxergar que hoje em dia a satisfação do empregado e a valorização de tal é tão significativa quanto o salário. Parabéns!
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