sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Não fique onde você não se encaixa




Se eu fosse elaborar um ranking com as perguntas mais frequentes da área de negócios, essa com certeza estaria encabeçando a lista:
"Por que tantos incompetentes são promovidos em empresas, enquanto os competentes são passados para trás?"
Pesquisando a resposta, eu posso dizer que isso acontece porque existem basicamente existem duas definições de competência. Uma é a definição da empresa, e a outra é a definição dos empregados.

Um subordinado acha que seu chefe deve ser um líder estilo Geração de Valor, ou seja, aquele que desenvolve pessoas, que sabe delegar responsabilidades, que é humilde, que sempre fornece feedbacks, que acredita em seus subordinados, que compra pão francês para o café da tarde, e que ainda publica todas essas maravilhas em seu Instagram pessoal.

Já a empresa pode não pensar nada disso.

Para ela, o chefe eficiente é aquele que sabe mandar, nem que seja no grito, é centralizador, não escuta ninguém, que chega de manhã sem dar bom dia e que só pensa nos resultados imediatos, mesmo que para isso tenha de esfolar seus subordinados.

Uma empresa que pensa assim está errada, pelo menos sob o ponto de vista dos manuais de Recursos Humanos que copiamos dos americanos. Mas ela também pode estar certa se o seu foco for a sobrevivência de curto prazo, principalmente em um país cheio de solavancos como o Brasil.

Para o subordinado, um chefe incompetente é um atraso de vida. Para a empresa, ele é um troglodita com uma causa.

Existem muitas empresas que realmente acreditam em fatores positivos como motivação, cooperação, ambiente saudável, dialogo e orientação, e tentam coloca-los em prática. Mas pelo fato da Administração se enquadrar na área de Ciências Sociais, e não de Exatas, a soma de tudo não significa necessariamente sucesso, assim como a empresa que tem chefes ignorantes não será necessariamente um fracasso, se sucesso e fracasso forem medidos apenas pelos resultados financeiros.

Portanto, tudo depende da filosofia da empresa.

Logo, se você quer ser chefe, deve começar avaliando muito bem o comportamento e o estilo dos chefes da empresa na qual você trabalha. Isso porque, se um dia você for promovido, terá de agir como eles agem.

Se o modelo de chefia de sua empresa nada tem a ver com você, não espere para ver se um dia conseguirá mudar a empresa, pois pouquíssimos líderes conseguiram fazer isso na história da Administração.

Dessa forma, em vez de se desgastar querendo causar uma revolução na cultura da organização, talvez o mais sensato para sua carreira é mudar o quanto antes para uma empresa cujos chefes se pareçam com o que você quer quando se tornar chefe.

Pense nisso.

Momento do ADM, Diego Andreasi - 25 de novembro 2016.


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