Identificação dos indicadores confiáveis e não de ROI num
engajamento da rede social
"Você não perde vendas pela qualidade ou pela natureza
do produto; perde pela falta de relacionamento." (PETERS)
A visão inicial de uma pessoa para contrair relacionamentos
é puxar papo e jogar conversa fora, quando os olhares se voltam para ela, a
partir deste momento o contexto da conversa tem que ter direcionamento e
respaldado no interesse de todos, senão aquela 'sensação' vai cair em desuso no
primeiro viral que surgir.
Assim foi e esta sendo com as empresas que entraram na rede
social, para vender mais e para mais pessoas em pouco tempo. O papo principal
era o quanto que a empresa conseguiria reter em suas contas de usuários que
curtissem e compartilha-sem suas publicações.
O que pode parecer um retorno garantido, pode ser uma erro
grave. Aos profissionais que já tiveram contato com o chamado marketing
face-to-face (vendedores de rua representando um negócio avulso) já devem ter
notado que num fluxo de pessoas que passa por eles durante o dia, apenas
algumas param para conversar e outras se interessam pelo assunto.
O cálculo que os investidores fazem neste tipo de negócio é
baseado na regra da probabilidade publicitária, um tanto de público terá
contato com o vendedor, e apenas uma fatia deste público será retido
lucrativamente, os demais tomarão conhecimento, mas não há garantias algumas
que irão difundir a ideia.
A garantia que um negócio é rentável necessita de um
indicador confiável e preciso. Testado e aprovado pelos organizadores, deve
reunir dados que informem o que realmente deu certo e errado. Curtidas e compartilhamentos
numa rede social não prova absolutamente nada, e pode ser qualquer outra coisa.
Muitas empresas adotam estes fatores como decisão de que seu
negócio está dando certo, não necessariamente, é mais provável que nem esteja
surtindo efeito algum (analisando pelo pior cenário). Listo algumas
características e etapas para determinar um indicador confiável e logo mais os
indicadores não-confiáveis.
Indicadores confiáveis
- Identificação do cliente virtual e físico;
- Percepção do retorno do mesmos usuários, que não tenham ligação com algum membro da empresa;
- Concretização da venda do produto;
- Retorno de satisfação do cliente;
- Divulgação do produto pelo cliente; (neste existe um relacionamento com o cliente em suas redes sociais) - não recomendo stalkear¹
- Exposição do produto em outros canais, faça preferência por exposição visual e escrita (curtidas, favoritos, compartilhamentos não indicam um valor positivo ou negativo);
- Exposição do produto em sites de reclamação;
- Criação de histórico de atendimento, produto rentável, canal lucrativo (CRM);
- Observação de reclamação e elogios em comentários;
- Identificação do tipo de publicidade que outras empresas, independente se sua empresa impede o tipo de ação na página, para entender que imagem sua empresa anda criando;
- Definir modelos, esta etapa exige comprometimento com a inteligência de mercado (análise de concorrentes, clientes, parcerias), para ser usado em soluções de crise;
- Observar o retorno de campanhas/peças publicitárias tanto virtualmente como fisicamente;
Indicadores não-confiáveis.
- Curtidas e compartilhamentos - são apenas números soltos;
- Número de fãs não significa "clientes";
- Peças publicitárias são importantes, mas não é o poço de sabedoria do negócio - portanto ficar embelezando a conta social não é o foco, e sim a informação e como ela é passada;
- Publicações de charges, piadas e humor em geral - normalmente em qualquer canal elas somam curtidas e compartilhamentos sem qualquer juízo (em muitos casos, o usuário nem leu, apenas curtiu porque outros curtiram);
- Basear-se na memória;
- Usar modelos para decisão (em crise ou não) por um tempo maior que 6 meses sem pesquisa;
- Reter 'fã' é um passo incorreto para formar 'cliente'. Entenda que dos 50.000 que curtem a página da empresa, podem estar apenas curtindo, outros que foram recomendados, mas não conhecem o serviço, outros que a empresa ou a marca o fazem ter lembranças;
- Tendência por tendência, é um outro fator que contamina a maior parte das empresas. Publicar o último viral, hit ou hashtag pode não ser uma boa se o nicho da empresa for outro, brincadeiras a parte (...) só se for relacionado com o objetivo da empresa, fora isso 'trends' devem ser analisados e assim postados observando :Tempo, :Público e :Valor;
- Indicadores alheios - Não necessariamente, e na maioria dos casos, quase nunca serviram para a empresa que não possui as características que criem compatibilidade (Ex.: O indicador de quantos clientes foram atendidos em hábil tempo serve para um call center, mas não serve para uma escola que visa desenvolver um excelente profissional e seu foco é gerar expertise, e não velocista);
- Indicadores por pesquisa - É importante, porém a empresa precisa saber criar seus próprios. Indicadores externos podem ajudar em Marketing Geográfico, político, econômico e etc. Mas não pode ser útil em casos específicos, da própria natureza corporativa;
- Apenas por observação - É fidedigno haver observação, mas é uma etapa de um processo mais complexo, apenas por observação tem a possibilidade de que algumas coisas são muitos velozes para serem observadas e isso torna o indicador falho.
Nota-se que em muito as corporações precisam desvincular que
os números que povoam as redes sociais, como quantidade de caracteres,
curtidas, compartilhamentos não são valores que garantem um retorno e não são
informação palpáveis.
Segundo o jornalista Sydney J.Harris, já falecido, diz -
"O verdadeiro perigo não é que computadores começarão a pensar como
homens, mas que homens começarão a pensar como computadores."
Nota.
¹ Stalkear significa "espionar". Não é uma prática
que recomendo, não é porque pode ser intrusivo, na maioria das vezes a pessoa
nem notará, apenas que só se caracterizará como uma observação. Pelos estudos
da antropologia e histórica, o ser humano é altamente contraditório, o que ele
escreve não necessariamente é o que ele pensa.
Fonte: Administradores
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