segunda-feira, 11 de maio de 2015

Você sabe o que é o matchmaking?

Para entender um pouco mais sobre a agência e esse novo mercado, confira abaixo uma entrevista com Gustavo Verginelli, CCO e Co-founder da A.Senses




No complexo ecossistema do mercado de comunicação, onde tudo é rotulado e dividido, por mais que a palavra integração venha à tona, qual deveria ser o papel da maioria das agências de propaganda? Encontrar a solução para os produtos, serviços e demandas dos clientes, independentemente da plataforma ou do conceito técnico a ser aplicado.

Qual é a maneira mais interessante de se chegar a esse ponto? Tecnologia, inovação e networking. Baseado nesse tripé trabalha a agência A.Senses, que foca suas ações no "matchmaking", seja criando projetos próprios, acelerando startups ou mesmo desenvolvendo campanhas tailor made. Para entender um pouco mais sobre a agência e esse novo mercado, confira abaixo uma entrevista com Gustavo Verginelli, CCO e Co-founder da A.Senses.

O que significa na prática o matchmaking? E por que ele é um caminho interessante para as empresas?

Existem vários termos pra esse tipo de iniciativa, mas aqui na A.Senses encaramos matchmaking como o "match" perfeito entre uma empresa e uma startup. Nosso foco é em tecnologia e entretenimento, então trabalhamos nessas duas vertentes para os nossos clientes (as marcas). Pra eles essa alternativa é interessante porque os conecta diretamente com a inovação de uma forma muito mais rápida que um desenvolvimento interno ou do "zero". Muitas vezes um problema ou desafio de uma empresa pode ser resolvido com alguma tecnologia (software ou hardware) que já foi inventada por uma startup. Isso acelera muito o processo de implementação e traz alta diferenciação paras as marcas. Já para a startup isso é muito positivo porque uma marca traz muita credibilidade pra uma empresa/negócio que está começando e também capital, sem necessariamente ganhar participação.

Qual foi a referência ou insight que originou essa linha de condução para o trabalho de vocês?

Nossa agência sempre foi fora da curva no que diz respeito ao mercado. Trabalhamos na maior parte dos casos com projetos proprietários proativos e não com campanhas que respondem a um briefing. O tempo que isso demora já faz com que a campanha que está surgindo seja um pouco disruptiva. Não acreditamos no modelo tradicional de publicidade e por isso fomos buscar novas formas de aumentar nosso pipeline de inovação. Temos os nossos projetos, mas também temos os projetos/startups que estão no nosso radar para oferecer. O mais louco, que já é uma inovação desse modelo, é que já estamos discutindo criar startups a partir de um problema ou necessidade diagnosticado. É uma empresa que vai surgir para resolver um problema de uma marca, já vai ter demanda garantida no início e depois pode tomar seu caminho independente da marca que ajudou a criá-la.

Onde a A.Senses quer chegar através do matchmaking?

Queremos criar um mercado alternativo de publicidade. Uma outra forma de fazer negócio. O Airbnb está fazendo isso na hotelaria, o Über no transporte, e nós queremos conquistar isso no nosso segmento. Já ajudamos a criar, por exemplo, o Absolut BoozeBox, um matchmaking entre a Pernod Ricard e uma startup que criou uma máquina de drinks (veja aqui).

O Brasil é um país criativo na propaganda, mas pouco inovar nos negócios? Há uma lacuna a ser preenchida?

O Brasil e o brasileiro são criativos por natureza, mas muitas vezes se acomodam facilmente. Se algo está dando certo, dificilmente tem gente pensando em como melhorar ou como planejar os próximos anos. A nossa necessidade e a nossa crença nos fizeram chegar nesse modelo que é muito inovador e que agora será testado por grandes empresas. O resultado sendo bom, certamente iremos preencher essa lacuna e atrair novos players com ofertas similares (o que é ótimo pra validar um novo conceito). Não queremos dizer que tem certo ou errado, mas tem formas diferentes de trazer resultado para as marcas e acreditamos muito no matchmaking como fomentador de inovação, da economia e do desenvolvimento de novos negócios. Isso é bom pra todo mundo. Sem exceção.

Por que temos tão poucas startups brasileiras surfando na onda da inovação?

Se você parar pra pensar o Buscapé já foi uma startup, o Mercado Livre também, e hoje ambos são empresas de tecnologia respeitadíssimas. Temos alguns bons exemplos atualmente: 99Taxis, Conta Azul, iFood, mas o ciclo é longo e pra termos quantidade de startups de sucesso, precisamos de muita quantidade de startups sendo lançadas e testadas. Por isso o matchmaking é tão interessante. Ajuda a marca, ajuda a startup e ajuda o mercado de inovação e tecnologia.

Quais são os próximos passos da A.Sense?

Um ponto interessante de ser destacado, é que estamos trabalhando em uma das duas frentes que vemos para o serviço de aceleração de inovação. O matchmaking é uma forma das empresas e marcas trabalharem "com" as startups. No entanto, já estamos desenvolvendo um serviço para que as empresas e marcas trabalhem "como" startups. Por hora, chamamos internamente de Empreendedores de Aluguel. São profissionais que vão entrar nas empresas para liderar, provisoriamente, departamentos e/ou projetos dentro da cultura Lean Startup (Ciclo Virtuoso: crio, testo, ativo, meço, recrio). Depois de alguns milestones conquistados, do processo de trabalho mais enxuto, autônomo e dinâmico implementado, eles fazem um handover e partem pra outra empresa. Já estamos em negociação com duas grandes marcas para testarmos esse serviço esse ano ainda. No final, somos uma startup de publicidade.



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado pelo participação!