Sucesso profissional não acontece da noite para o dia. É resultado de uma caminhada, incerta e longa de aprendizado e crescimento. E é nesta caminhada difícil que as coisas começam a fazer sentindo
Quando estava no Ensino Fundamental I, aprendi sobre o estado físico da matéria. Lembro-me de ter ficado encantada com o assunto, e toda criança ficaria. Imagine você estar diante de uma jarra com água, e de repente a água se solidifica? Para nós, era como se a professora fizesse mágica. Por mais que ela explicasse o processo de mudança do estado da água detalhadamente, nós só prestávamos atenção no resultado e como toda aquela mudança era fantástica.
Os anos foram passando, o nível de aprendizado aumentando, e tudo que um dia nos encantou passou a ter explicação e é como se com a explicação as coisas perdessem o sentido. Isso é natural do ser humano, que passa grande parte da vida tentando dar sentido às coisas e quando finalmente isso acontece, as mesmas deixam de fazer sentido. Ao invés de acumular conhecimento, decidimos abrir espaço na nossa mente para o novo, para o imaginável, e acabamos por descartar coisas, as quais para nós tornaram-se insignificantes, por não nos encantar. No entanto, Charles Dickens deixou um pouco da sua experiência a este respeito, quando nos disse: “Nunca conseguiria ter êxito na vida, se não tivesse dedicado às coisas mais pequenas que empreendi a mesma atenção que dediquei às maiores."
Essa não é apenas uma orientação de Dickens, mas também de Jesus, quando através da sua palavra, nos alerta: “Quem é fiel no mínimo, também é fiel no muito; quem é injusto no mínimo, também é injusto no muito.” (Lucas 16:10)
O ser humano tem dificuldade em reter os pequenos detalhes. Tanto o ensinamento de Jesus, como a experiência de Dickens, demonstram a importância de valorizar detalhes. O segredo está nos detalhes. Por maior que seja uma porta trancada, ela perderá toda a importância se não tivermos na mão uma pequena chave para destrancá-la, abri-la e passar por ela.
Dedicar-se aos projetos aos quais classificamos de “pequenos” na mesma proporção que dedicamos aos “grandes”, demonstra o nosso comprometimento profissional. Infelizmente muitos profissionais sentem dificuldade em valorizar as pequenas oportunidades. Por que isso acontece? Podemos colocar a culpa no imediatismo humano, movido por uma visão errônea, calculista e ambiciosa do profissional, que deseja rapidamente chegar ao “topo”, decidindo de maneira precipitada qual o caminho o levará a alcançar o seu objetivo de maneira rápida.
Para estes profissionais, investir em projetos, atividades e trabalhos pequenos é só uma maneira de perder tempo e retardar o almejado sucesso profissional. Mas será que existe um caminho específico que nos leva ao sucesso profissional? Se esse caminho existe, não podemos afirmar, mas há algo que todo profissional precisa aprender: o verdadeiro significado do sucesso profissional.
Para muitos, sucesso profissional é reconhecimento, é estar na mídia e ser altamente remunerado por determinados serviços. Mas o verdadeiro sucesso profissional vai além do reconhecimento. É alcançado quando aprendemos a ser coerentes com a nossa realidade como ser humano. Quando conseguimos ser aquilo que somos capazes de ser, através do desenvolvimento do nosso potencial.
Sucesso profissional não acontece da noite para o dia. É resultado de uma caminhada, incerta e longa de aprendizado e crescimento. E é nesta caminhada repleta de altos e baixos, de vitórias e fracassos, de superações, de barreiras quebradas, de pontes arriscadas, das paradas importantes e necessárias, dos trabalhos pequenos – que quase ninguém vê, mas que sempre vêm acompanhados de ensinamentos –, é que as coisas começam a fazer sentindo.
E haverá um momento nesta caminhada onde ficaremos diante de algumas portas prestes a se abrirem; umas grandiosas e iluminadas, outras pequenas, simples, sem qualquer brilho aparente. Como saber o que há por trás de uma porta, se não a atravessarmos?
É uma situação delicada, onde o discernimento é imprescindível. Estar com a chave não é mais suficiente, se não soubermos que porta abrir. Este é o momento onde o profissional de sucesso se distingue dos demais. Pois, além da chave, ele traz consigo uma bagagem, e nela tudo o que precisa para passar pela porta certa. Nesta bagagem está toda a sua experiência pessoal e profissional, todo o conhecimento adquirido tanto nos pequenos como nos grandes projetos. E com certeza, uma anotação escrita por ele, para nunca esquecer: “Atente-se sempre aos detalhes. Não é pelo tamanho e nem pelo resplendor. O grande pode ser pequeno, assim como o pequeno pode ser bem maior do que aparenta.”
Um exemplo disso foi Del Vecchio. Ele foi encaminhado cedo para um orfanato. Com o passar dos anos, trabalhou em uma fábrica de armações de óculos, aos 23, abriu a própria fábrica de armações de óculos, a Luxottica, que viria a se tornar a maior do mundo. Del Vecchio têm um patrimônio estimado em US$ 15 bilhões. Imagine quantas pessoas foram privilegiadas em receber uma chave denominada Del Vecchio, para que pudesse abrir as suas almejadas portas? Com certeza, muitos daqueles que um dia o viram como um projeto e não como um projeto pequeno.
Fonte: Administradores
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