quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

A década da assinatura: entenda o que é a economia da recorrência

Entenda a economia da recorrência, que se forma através da mudança de consumo das pessoas capitaneada por empresas como Netflix, Spotify, Salesforce entre outras




No próximo dia 27 de fevereiro, os amantes do cinema e das séries levarão mais um tapa da produção House of Cards, da Netflix. Tá, mas o que isso tem relação com o título deste artigo? 

Neste mês, os recordes de audiência vão mais uma vez às alturas na TV por demanda. Estou falando da terceira temporada da série mais aclamada e popular da Netflix. Presente em 50 países, o streaming de filmes mira atingir 200 nações em dois anos. Isso reflete numa carteira de 55 milhões de assinantes no mundo. E investirá "pesado" em séries independentes como HOC. Esse é, na verdade, um fenômeno importante para o consumo dos serviços e também da nova economia que se forma em torno do acesso: a economia da recorrência. 

A economia da recorrência

A era da propriedade parece ter perdido um pouco da coerência em alguns tipos de serviços que estávamos acostumados a consumir. Comprar filmes (ou alugá-los), comprar CDs de música, parcelar planos de academia de ginástica e comprar softwares não tem mais o sentido que tinham anos atrás. É a economia da recorrência agindo sobre o consumo mundial. Vamos a três exemplos práticos para termos ideia da mudança inserida no consumo das pessoas: 

Academias de ginástica - o ramo fitness passa por grande momento de transformação e profissionalização. E isso reflete no modo como as pessoas consomem esse serviço. Chega de cheques pré-datados e multas. Agora a regra é contratar planos através de uma "assinatura mensal" e não mais um contrato anual com parcelamentos complexos. A SmartFit, do grupo Bio Ritmo, atingiu 600 mil alunos com essa premissa. Para fazer academia, basta contratar um plano com renovação mensal, e não precisar mais de contratos anuais. Não quer mais usar, basta suspender. Bem simples e democrático. 

Softwares - um dos mercados que mais sofreu com essa mudança, de acesso para propriedade, foi o mercado mundial de softwares. A Salesforce arrebatou todo mercado mudando a forma de cobrança dos serviços de licença para assinatura, e isso pressionou todo mercado que vendia licença a aderir ao novo modelo. Semana passada, a SAP informou que será uma empresa de assinatura (isso é forte). 

Plataformas e aplicativos - Para que comprar filmes se posso acessá-los? Esse é exatamente o apelo de plataformas como Netflix, Spotify (música) e serviços como o Leiturinha (serviço de entrega de livros infantis), que são, basicamente, plataformas e aplicativos de conteúdo, onde o usuário paga para ter o acesso. Se posso pagar uma mensalidade para ter um acesso amplo, não faz sentido adquirir o produto fisíco.

Esses exemplos são claramente os melhores para explicar o que de tão disruptivo tem essa tal de economia da recorrência. A propriedade agora é o acesso. 

Escrevendo o fim deste artigo, quase que não pego uma informação importante: a Netflix atingiu 2,2 milhões de assinantes no Brasil. A notícia foi confirmada pela consultoria eMarketer. Por isso, o título afirma que vem aí a década da assinatura.



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