segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Vida na web: vida real?

Muitas pessoas ainda não aprenderam a real utilidade das redes. Compartilham momentos pouquíssimo relevantes para sua audiência, postam opiniões que trabalham contra sua própria pessoa... Brincam de “passar tempo”. Você conhece alguém assim?




Desde que se popularizou, a internet tem instigado questionamentos sobre sua autenticidade. Pierre Lévy, em seu livro “O que é Virtual”, caracteriza o virtual como: “o que existe como potência. Não é, portanto, um conceito oposto ao real, mas é oposto ao conceito actual”. Desta forma, a virtualização não se opõe ao real, mas sim, é algo que originará novas formas e realidades distintas.

Criada na década de 60 com fins militares, a internet se tornou comercial no Brasil apenas na década de 90. Muitas das pessoas que aderiram “à nova onda” acreditavam que na internet “podia-se tudo”. Quantas pessoas mentiam nome, idade, seu país. E não existia problema, pois era “na internet”. Mas a brincadeira de outrora deu lugar a algo bem sério. Tanto que milhares de pessoas e empresas hoje têm seus negócios ligados direta ou indiretamente a ela.

A rede cresceu e a “moda pegou”. E muitas empresas que antes só pensavam em ter “sua cara na web”, começaram a perceber o potencial de negócio escondido por trás desta nova forma de comunicação. Assim vieram novos sites, mais modernos e interativos; e a web 2.0, conhecida também como web colaborativa. Por meio dela, qualquer pessoa passou a ter o poder de compartilhar tudo o que desejava. E as redes sociais explodiram como o “sucesso da vez”. O extinto Orkut, o Facebook – uma das mais utilizadas no Brasil –, o Twitter, o Instagram, entre outras.

As empresas correram, viram que precisavam aprender a se comunicar por este novo meio. Grande parte delas se especializou, buscou profissionais da área e hoje fazem um maravilhoso trabalho na rede. Outras ainda não acordaram e, a cada dia, estão perdendo espaço para o que está por vir.

Mas além das empresas, parece que muitas pessoas ainda não aprenderam a real utilidade das redes. Compartilham momentos pouquíssimo relevantes para sua audiência (diga-se, no caso, seus amigos), postam opiniões que trabalham contra sua própria pessoa, tentam parecer bonitas, ricas e, se puderem, até famosas... Brincam de “passar tempo” postando coisas que vagam à mercê das ondas do conhecimento.

Outra questão relativa às pessoas, questão esta já discutida por alguns estudiosos do assunto é a percepção de irrealidade na internet. Muitos postam situações, sentimentos, desejos que não condizem com sua realidade. São jantares deslumbrantes (degustados frios e solitariamente), são amores de cinema (que por detrás das câmeras são regados a traições e desavenças), são projetos miraculosos (que não saem do papel). Deixo claro que existem exceções, mas pelo que tenho percebido, esta é a regra. Penso que muitos ainda não perceberam a verdadeira proposta da rede, nem como utilizá-la a seu favor.

É importante perceber que a internet é apenas o meio, meio virtual sim, que detona pluralidades dos outros já demasiadamente testados. Mas não passa de um meio. E para que este meio funcione, é preciso que exista o emissor, o receptor e a mensagem – de preferência que esta tenha relevância. Creio que, pensando assim, todos sairão ganhando: tempo, oportunidades de vivência, crescimento, amizades, parcerias...

Um bom conselho: pense bem antes de escrever. Não acredite no "no que você está pensando" do Facebook. Pergunte-se: o que você está pensando é relevante para alguém de sua audiência? Se a resposta for não, melhor guardar este pensamento só para você!

#ficaadica



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