terça-feira, 4 de agosto de 2015

Espaço do Administrador - Administração Financeira e Orçamentária




A administração Financeira é a ciência que permite a visualização da atual situação da empresa, através dos dados e registros obtidos junto aos outros departamentos permitindo assim o gestor a tomar decisões que indicarão o fracasso ou o sucesso da organização, demonstrando então a relação de interdependência entre as áreas da empresa; Contabilidade, Administração Financeira e Economia e que mesmo apresentando semelhanças, são diferentes e têm maneiras diferentes de fazer a leitura da organização

            A administração Financeira está estritamente ligada à Economia e à Contabilidade, podendo ser vista na forma de Economia aplicada, que se baseia amplamente em conceitos econômicos e em dados contábeis para suas análises. No ambiente macro a Administração Financeira enfoca o estudo das instituições financeiras e dos mercados financeiros e ainda, como eles operam dentro do sistema financeiro nacional e global, já no ambiente micro aborda o estudo de planejamento financeiro, administração de recursos, e capital de empresas e instituições financeiras.
 
            De acordo com CAMPIGLIA, (2000:226) “De onde vem, e para onde vai o dinheiro é a indagação respondida pela DFC que, através da análise das entradas e saídas de valores monetários constantes da contabilidade da companhia, enseja a elaboração permanente ou periódica desse demonstrativo. Sua importância é traduzida na indispensabilidade do equilíbrio financeiro cuja evidência, resultante da dinâmica pecuniária empresarial, requer o exame analítico e constante das fontes de recursos e suas demonstrações cujo significado é tão relevante quanto o das demais demonstrações financeiras da companhia, especialmente a do resultado do exercício”.

“Essa assertiva provém do fato de que existe uma correlação necessária entre os recursos financeiros investidos no ativo patrimonial, percentualmente divididos nas duas origens básicas de capital próprio e capital de terceiros, tais como figuram no passivo do balanço patrimonial, e o grau de liquidez que permita a satisfação pontual das exigibilidades assumidas. Nesse contexto, sobreleva, inclusive, o fator de lucratividade da empresa como outra condicionante do equilíbrio econômico - financeiro geral sujeito, porém a prazos e volumes de realização em dinheiro”.

“A importância do fluxo de caixa no contexto de uma análise financeira e segundo certas circunstâncias pode explicar a razão do fracasso de uma empresa que alcançou bom nível de lucratividade e, ao mesmo tempo, entrou em regime de insolvabilidade em relação a seus credores, ou à incapacidade financeira de prover a compra ou investimentos necessários à manutenção de sua atividade produtiva...”.

“... nisso se concentram a diferença e os efeitos entre a magnitude dimensional do patrimônio líquido e o quadro financeiro da instituição espelhado nas demonstrações contábeis e, completamente, na demonstração do fluxo de caixa”.

            Para PAULA LEITE HOPP,(1998;v.4),“Os índices financeiros têm sido super valorizados como instrumento eficiente de revisão de falência de empresas, sendo que ultimamente o fluxo de caixa tem sido considerado como um melhor indicador de dificuldades financeiras das empresas”.

            “Tendo em vista que a legislação societária que regulamenta a Lei das S/A está bem desatualizada, o Anteprojeto traz a seguinte redação: “Altera e revoga dispositivos da Lei nº. 6404 de 15/12/76 definem e estendem às sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e publicação de demonstrações contábeis, dispõe sobre os requisitos de princípios, normas e padrões de contabilidade e auditoria, como organizações da sociedade civil de interesse público, e dá outras providências”.

            Já GITMAN (1984) menciona que o fluxo de caixa registra o pagamento ou recebimento efetivo de dinheiro pela empresa em um curto período de tempo, e que o fluxo de caixa não ocorre somente no regime de caixa, mas também na sua previsão para que o administrador financeiro possa tomar decisões quanto à saúde da empresa. Diz o autor já citado textualmente que:

            “O orçamento de caixa possibilitar ao administrador planejar suas necessidades em curto prazo. Geralmente dá-se atenção ao planejamento dos excessos e faltas de caixa. Uma empresa que espera um excesso de caixa pode planejar suas aplicações em curto prazo, enquanto que outra com déficit de caixa dever providenciar financiamentos em curto prazo. O orçamento de caixa dá ao administrador financeiro uma visão clara da época em que ocorrerão recebimentos e pagamentos previstos durante um determinado período” (1984:253).

            Ao ser comparado o conceito dado por GITMAN em relação à ZDANOWIZ pode ser observado que ambos possuem a mesma definição do fluxo de caixa: registra pagamentos ou recebimento de dinheiro em curto prazo. ZDANOWIZ em sua definição enfatiza do fluxo de caixa quando do recebimento ou pagamento de numerários, já GITMAN diferencia a relação ao saldo atual de caixa para o projetado, onde com as informações previstas é possível saber se em determinados dias haverá dificuldades financeiras ou sobras de caixas.

            Administração financeira após a década de 50 procurou compreender as várias conseqüências das políticas de investimento, financiamento e dividendos sobre o comportamento do fluxo de caixa da empresa, onde Modigliani e Miller (1958) ligaram os seus estudos de fluxos de caixa, investimentos e retornos, foram transformando a teoria da administração financeira em uma ciência independente, aos quais se convencionaram a chamar de Moderna Teoria de Finanças ou Finanças Corporativas.

            Os estudos de risco de Markowitz e Sharpe (1952) desenvolveram a partir da Teoria do Portfólio, que permitira fechar o esboço no qual trafega a moderna administração financeira, contado com a colaboração de outras ciências como; 

Contabilidade – Ciência que subsidia as decisões financeiras com os dados de seus demonstrativos e relatórios.
Matemática Financeira – Ciência que situa os números das finanças no tempo e facilita seu entendimento.
Estatística – Ciência que colabora com seus dados e previsões às decisões de cunho administrativo/financeiro.
Economia – Ciência que ensina como a empresa deve se colocar dentro das variáveis econômicas e das leis que as regem.
Direito – Ciência que orienta o disciplinamento legal dos procedimentos administrativo/financeiros.
Informática – Ciência recente, mas de grande utilidade para o administrador financeiro pela rapidez e confiança no ordenamento de dados e elaboração de relatórios.

Administração financeira vem sendo cada vez mais necessária, e precisa dentro das organizações para facilitar a tomada de decisão dos gestores e administradores financeiros.


Reportagem de Carina Silva, Momento do Administrador, 04 de agosto 2015.





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