quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Crise e os paradigmas que impedem melhores resultados

Conceitos de coaching nos ajudam a melhorar nossa eficiência pessoal. Veja como fenômenos como o "self-fullfilment profecy" e outras crenças limitam nossos resultados pessoais e profissionais




Os resultados na vida pessoal e profissional não dependem somente de conhecimentos e habilidades. Igual a um atleta olímpico, resultados exigem atitudes e pensamentos apontados em direção ao sucesso. Quais são os paradigmas que se instalam na nossa mente e que nos impedem de ter atitudes positivas? Ilustraremos com um exemplo.

Uma lenda conhecida no mercado conta que um pai trabalhador conseguiu educar seus filhos com um negócio ambulante de comidas rápidas. Seu filho economista reclamava da “crise”, repetindo as notícias que assistia na mídia. O humilde trabalhador agiu de acordo com as reclamações do seu filho, passando a fechar mais cedo, pois na “crise” teria menos clientes. Fechando mais cedo, as vendas começaram a cair até levar ao fechamento do negócio, o qual tinha sido seu sustento por 30 anos.

Esta história ilustra dois fenômenos que acontecem nos nossos pensamentos. O primeiro é o chamado “self fulfillment profecy”, ou o auto-cumprimento da profecia. Ele consiste num pensamento errado sobre uma situação, que gera comportamentos que fazem com que esse pensamento se confirme e vire realidade. No caso acima, a crença na crise fez o comerciante provocar ele mesmo sua própria crise. Outros exemplos poderiam ser pensar que vai ser um dia ruim e tudo vai dar errado; e o fato acreditar que alguém se desempenha mal ou bem, podendo induzir um comportamento de acordo com esse pensamento.  

O segundo fenômeno consiste em culpar os fatores externos pelos nossos resultados. Bem diz o sábio ditado dos nossos avós: “mal de muitos, consolo de tolos”. Não podemos mudar os fatores externos, pois estão fora do nosso círculo de influência, mas, sim, temos como definir nossa resposta a esses fatores.

“Tolo é quem afundou seus navios duas vezes e continua culpando o mar” - Publius Syrus

O primeiro passo em direção à conquista de melhores resultados (e é o primero passo num processo de coaching pessoal), consiste em romper com esse pensamento e assumir responsabilidade pelo nosso desempenho. O primeiro paradigma a ser quebrado é o de que não somos nós quem podemos mudar nossos resultados.

Atitude “Can do”  vs “nada feito”

Os fenômenos descritos acima nos permitem perceber que a forma como vemos o problema pode ser o problema. Uma atitude “can do” , “pode fazer” ou o popular “vai que dá”, tem mais chances de produzir bons resultados do que reclamar dos fatores externos. Se observamos em outra perspectiva, podemos ver que gerações como a dos “baby boomers” marcaram a história pelas suas atitudes de “vamos fazer”. Conseguiram grandes feitos, reconstruíram a Europa e os Estados Unidos após a segunda guerra mundial, migraram e construíram o Brasil, porque não tinham outra opção a não ser acreditar que era possível. Um mar calmo nunca fez um bom marinheiro: foi no meio das dificuldades do pós guerra que as atittudes "can do" fizeram a diferença.

Mas não é suficiente acreditar. É preciso agir. Quando se tem um objetivo em mente, precisamos nos perguntar se temos interesse em atingi-lo ou se somente estamos comprometidos em atingi-lo. Se há interesse em fazer, fazemos quando der, quando sobrar tempo, isso leva ao “nada feito”. Quando existe comprometimento não aceitamos desculpas, somente resultados, e é assim quem chega no objetivo. O comprometimento precisa vir acompanahdo de definições concretas: quais os próximos passos? Qual a data limite? Como vou medir meu progresso? Qual a meta desse indicador no final da semana? Do mês? Se o objetivo tem prioridade, o tempo dedicado a esse objetivo durante o dia reflete essa prioridade?

Paradigmas nas empresas

Os paradigmas que moldam nossos pensamentos não somente afetam os resultados pessoais, mas também os das empresas. Muitas receitas e resultados têm deixado de ser atingidos por adoção de leituras míopes da realidade. Numa palestra em São Paulo, Vijay Govindarajan, reconhecido mundialmente como um guru da inovação, explicou como ele conseguiu criar os hospitais privados mais rentáveis do mundo. Neles, o atendimento é gratuito para quem não tem condições de pagar. Dessa forma, somente um terço paga a conta. Isso não significa queda da qualidade, pois a cirurgia no coração de um pobre exige a mesma qualidade que a de um rico. Ele conseguiu um excelente resultado financeiro, seguindo a premissa de não deixar ninguém de fora, mas, principalmente, acreditando que é sim possível.

Muhammad Yunus, prêmio Nobel da paz, comprovou que é possível ter bancos rentáveis emprestando pouco dinheiro, com juros baixíssimos para os mais pobres. Aqui, na América Latina, por décadas muitos produtos e serviços deixaram de ser ofertados às classes populares, com a perda, assim, de receitas muito expressivas, para descobrir-se hoje que essas classes são não só grandes consumidoras como melhores pagadoras, com menores índices de inadimplência.  

Após as reflexões expostas, fica a pergunta: quais pensamentos e paradigmas estão sabotando os resultados pessoais e do seu negócio?



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