O mundo acadêmico não forma os executivos em sua plenitude, gerando um gap entre o conhecimento adquirido no banco da escola VS. a exigência do mercado de trabalho
Tenho observado uma tendência no mercado executivo, em escala crescente e acelerada, de se investir na formação interna de novos gestores. Empresas dos mais variados setores estão criando programas de liderança voltados ao capital humano interno, agregando atributos e conceitos administrativos. Não, não estamos falando de universidades corporativas, pelo contrário, a ideia aqui é fugir do formato teórico acadêmico – que também é fundamental. Na realidade, nota-se uma carência de executivos maduros do ponto de vista da vivência, do face to face.
De uma maneira geral, o mundo acadêmico não forma os executivos em sua plenitude, gerando um gap enorme entre o conhecimento adquirido no banco da escola VS. a exigência do mercado de trabalho. Com esse cenário, temos visto uma movimentação por parte das empresas para equilibrar seu crescimento com os avanços do mercado, sobretudo na última década. Esse incremento exigiu um número ainda maior de executivos e líderes qualificados e, com a escassez no mercado, muitas empresas tomaram a decisão de acelerarem seus programas de formação. Mas não se forma um líder da noite para o dia.
A falta de mão de obra não é uma exclusividade desse ou daquele setor, pois vivemos um apagão de talentos preparados e/ou dispostos a assumir posições estratégicas nas organizações. Ainda assim, destaco três segmentos nos quais esse efeito causou maior impacto. O varejo, pois em meio à forte expansão do consumo, principalmente nas regiões Nordeste e Centro-Oeste, o número de redes varejistas que expandiram suas unidades foi enorme. Imagine uma rede com 100 lojas no Brasil que, em menos de dois anos, salta para mais de 300 unidades. Isso causa uma alteração significativa na estrutura organizacional da empresa e, consequentemente, uma busca desenfreada por novos gestores.
Outro setor de bastante impacto foi o de infraestrutura logística. Com os novos projetos de rodovias, portos e transportes em geral, o setor, que historicamente representava pouca atratividade para o profissional, passou a ser a bola da vez no Brasil. E ainda há o agronegócio, que continua crescendo constante e agressivamente pelo país. Outrora um setor de formação absolutamente técnica, os executivos tiveram que começar a atuar como líderes, reportando-se a investidores, private equity, entre outras frentes.
Com os programas de formação executiva implementados nas companhias, o tempo para se ter um líder lapidado passou a ser menor nos últimos anos. Atualmente, o tempo investido é, em média, de dois anos. Ainda assim, este padrão pode variar bastante dependendo da estrutura da empresa, podendo se estender ou reduzir em função de variáveis, tais como o planejamento estratégico de longo prazo, plano de sucessão de executivos, complexidade da área e da função, nível da posição, entre outros.
Os modelos de programas que mais vêm sendo praticados no Brasil são os de Assessment, Mentoring e Coaching, além de programas de Educação Corporativa in company e MBA focados em Liderança e Gestão de Pessoas. Muitas empresas também se valem de treinamentos e workshops. Eu parto do principio que liderança é AÇÃO, é EXEMPLO. Nesse sentido, me agrada mais os programas de formação de líderes “on the job”, onde o profissional é exposto às situações do dia a dia. Não se cria um líder apenas na sala de aula!
Fonte: Administradores
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