terça-feira, 24 de março de 2015

Especialistas apontam a importância da presença da geração Y nas empresas

Jovens que hoje já estão ocupando cargos estratégicos em empresas, são extremamente dinâmicos, inquietos e com uma vontade de crescer bastante acelerada




Eles já foram acusados de tudo: superficiais, distraídos e até egoístas. Mas se preocupam com o ambiente, qualidade de vida, valores morais e estão prontos para o mudar o mundo. Como as empresas lidam com a tão polêmica geração Y? Como reter estes jovens no ambiente de trabalho? Afinal de contas, esta geração chega bem preparada ao mercado e vive buscando melhores oportunidades profissionais.

Segundo André Luiz Dametto, da ALD Consultoria, a geração Y, composta por pessoas nascidas entre 1980 e 2000, cresceu em um ambiente cada vez mais cercado por tecnologias. Enquanto brincadeiras de bola davam lugar aos jogos eletrônicos e a velha e lenta máquina de datilografia era rapidamente substituída pelos computadores portáteis, isso subliminarmente alterava a forma de perceber, pensar, sentir e agir dessa nova geração. Com isso, esses jovens que hoje já estão ocupando cargos estratégicos em empresas, são extremamente dinâmicos, inquietos e com uma vontade de crescer bastante acelerada. Saber equilibrar talentos de todas as gerações, incluindo aí os baby boomers (nascidos entre 1940 e 1960) e a Geração X (nascidos entre 1960 e 1980) é hoje um dos grandes desafios de Gestão de Pessoas nas organizações.

De acordo com Larissa Barros, analista de RH da Rádio Ibiza, a adaptação à geração Y se tornou uma necessidade. Bons salários e benefícios não atraem totalmente a atenção destes profissionais. “A qualidade de vida é algo valioso para eles. Fazemos o possível para ajudar a otimizar o tempo do funcionário. Temos muitas meninas aqui e elas reclamavam que não conseguiam fazer as unhas, então resolvemos toda quinta feira oferecer serviço de manicure na empresa “, explica Larissa. Assim como na Rádio Ibiza, horários flexíveis também fazem parte da política da agência 11:21. “Temos um horário que respeita e estimula a vida fora da agência. Além disto, aqui só se trabalha até as sete da noite e nunca, nunca, nos finais de semana e feriados”, destaca Gustavo Bastos, sócio fundador e diretor de criação da 11:21.

Algumas multinacionais como a corretora JLT Brasil vêm investindo pesado na valorização de seus principais talentos. Com uma equipe jovem, a companhia de origem inglesa, investe constantemente em treinamentos, tanto no Brasil, como no exterior. “Devido ao grande leque de mercados que são atendidos pela corretora, alguns colaboradores nossos buscam formação complementar no exterior e contam com total apoio da JLT Brasil no custeio da formação exigida por sua função. Em caso de necessidade de um MBA, financiamos até 50% da formação”, diz Aline Magalhães, diretora de RH da corretora.

Para Conrado Baechtold, CEO da Riolife Empresarial, os principais benefícios para retenção de talento são plano de saúde (para o funcionário e para os dependentes – o que pode fazer muita diferença na retenção de talentos), odontológico e vida. “Além destes, existem também os programas de prevenção, muito importantes na manutenção da qualidade de vida. Muitas empresas também estão investindo em programas de bem estar e de incentivo à atividade física, como planos de desconto em academias “, explica Conrado.

Dametto também ressalta que o segredo está em perceber a riqueza da diversidade, e preparar a organização para a mesma, evitando assim conflitos intergeracionais. “Cada geração tem pontos fortes e fracos, e eu costumo dizer que quando jovens todos fomos um pouco Geração Y, então não gosto muito de segmentar as pessoas como se fossem castas. De qualquer forma, para as empresas que quiserem nutrir esse equilíbrio, e engajar os colaboradores da Geração Y, recomendo estimular o melhor lado que esses jovens têm, que é a sua pegada empreendedora. Sendo assim, programas como Job Rotation, Coaching e Recompensa baseada em resultados tendem a ser muito bem aceitas pelos novos gestores. Outro elemento muito importante é a valorização do equilíbrio pessoal e profissional. Nove entre dez dos coachees que eu atendo trazem essa queixa para os projetos de Coaching. Apesar de tanto se falar sobre o tema, nunca se trabalhou tanto, então as empresas que considerarem a qualidade de vida como um atributo diferencial no negócio, estarão fazendo um grande serviço em prol do engajamento dos novos talentos”, finaliza.



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