quarta-feira, 1 de abril de 2015

Grife gera polêmica com campanha contra o preconceito

A Reserva utilizou frases como "Macaco é um animal, Fabricio é um ser humano" para combater o preconceito




A nova campanha da marca de roupas Reserva utiliza frases como "Veado é um animal, Pedro é um ser humano" e "Macaco é um animal, Fabricio é um ser humano" para incentivar o respeito às diferenças. No entanto, os brasileiros não interpretaram a mensagem da forma que a empresa queria e o assunto foi parar nos trending topics no Twitter.

Apesar de tentar transmitir uma ideia contra o preconceito, as fotos posicionadas lado a lado deram a entender que animais e seres humanos estivam sendo comparados. No Twitter, os brasileiros se posicionaram contra a campanha, que afirmaram que colocar um negro e um macaco, uma mulher e uma galinha, um homem acima do peso e uma baleia e um jovem e um veado em uma mesma imagem só reforçavam os comparativos e o preconceito.




Com o mote “Faça como os animais, não julgue”, Felipe Morozini, responsável pela campanha, explicou ao site da marca o objetivo da campanha-manifesto. “O objetivo é impactar, provocar reflexão e conscientizar. Aqui valorizamos a irracionalidade, a inocência e a incapacidade de julgar. Animal é irracional, age por instinto, portanto não faz julgamentos”, disse.

Após a polêmica, o artista explicou de onde surgiu a inspiração em um post no Facebook. "Eu e mais vários amigos foram chamados de veado. Desde pequeno ouvindo essas palavras. Seja entre amigos, na rua ou no trabalho. De maneira ofensiva", escreveu.




Histórico

O que pode ter ajudado a aumentar a repercussão negativa é o fato de Luciano Huck ser dono de 10% das ações da marca. O apresentador recentemente protagonizou a polêmica das estampas infantis da UseHuck, que traziam frases como "Vem ni mim que eu to facin". Durante a Copa do Mundo de 2014, ele também teve a ideia de criar um quadro estimulando as brasileiras a "encontrar um príncipe encantado entre os gringos que estão invadindo o Rio de Janeiro".

Como se não bastassem os casos, Huck também foi duramente criticado ao utilizar a campanha #somostodosmacacos para vender camisetas da sua marca. A Reserva também pode ser considerada uma experiente quando o assunto é repercussão negativa. No final do ano passado, ela escreveu nas etiquetas de seus produtos mensagens que enalteciam o machismo, aconselhando que, para lavar corretamente a roupa, o consumidor desse para sua mãe, já que "ela sabe como fazer isso bem".



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