sexta-feira, 24 de abril de 2015

Os novos desafios dos líderes

Apesar das mudanças nas formas de trabalho, grande parte das organizações ainda mensura um bom desempenho profissional pelo tempo que o colaborador passa no escritório, um indicador cada vez mais questionável




As novas gerações, a descentralização das equipes (que atuam em diferentes locais do país ou do mundo) e a adoção de homeoffice são elementos que vêm desafiando a atuação dos líderes. Nesse cenário, rever o conceito de trabalho, liderar pelo resultado, otimizar o uso das tecnologias e desenvolver habilidades comunicativas são competências essenciais para o exercício da liderança.

Apesar das mudanças nas formas de trabalho, grande parte das organizações ainda mensura um bom desempenho profissional pelo tempo que o colaborador passa no escritório, um indicador cada vez mais questionável. Para David Baker, cofundador da revista Wired, coach e docente da The School of Life, esse é o jeito mais fácil, mas menos condizente de medir produtividade e eficiência. Afinal, qual a garantia de que um colaborador que saia do trabalho às onze da noite é produtivo? Na realidade, não é possível controlar se os colaboradores estão efetivamente trabalhando, mesmo que o líder esteja presente no escritório.

Diante desse cenário, resta saber qual a melhor forma de avaliar a produtividade, ainda mais em regimes de homeoffice e com equipes distribuídas territorialmente?

Por isso, focar em resultados deve ser uma das principais habilidades dos líderes, pois reduz a importância do tempo e da forma como os colaboradores exercem suas atividades, minimiza a força da hierarquia e propicia uma gestão mais horizontal, uma forte tendência em gestão. Para que essa forma de liderar funcione bem, o líder deve negociar com sua equipe objetivos claros, específicos, com etapas pré-definidas e atingíveis para que o colaborador saiba o que precisa ser feito e para quando. Nesse arranjo, é necessário definir estratégias de acompanhamento em etapas intermediárias da execução das atividades (via relatórios, calls ou reuniões periódicas). Além disso, é preciso praticar a comunicação eficaz e eficiente da equipe, a transparência na execução das atividades e a melhoria contínua da dinâmica de trabalho.

Tudo isso depende da disponibilidade online do líder, que precisa estar acessível a seus colaboradores, ainda mais quando o face a face é menos frequente, no caso de equipes territorialmente distribuídas e/ou em regimes de homeoffice. A boa notícia é que estão disponíveis uma infinidade de tecnologias para manter as pessoas distantes próximas, sejam os programas e aplicativos de comunicação como Skype ou Whatsapp ou os aplicativos colaborativos de gestão de conteúdos e ações como o Evernote, Asana, o Quip, o Podio ou Weekdone ou os já clássicos e-mails telefonemas. O alerta é que todas essas ferramentas precisam ser bem gerenciadas pelo líder, que é o espelho para a forma de usar esses recursos. Por exemplo, se ele cria um grupo de whatsapp com os membros da equipe, mas não estimula a troca de mensagens condizentes com os objetivos de trabalho ou pouco participa do grupo, o líder não pode considerar que está usando efetivamente a tecnologia a favor do desempenho da equipe e do exercício da liderança. Por esse motivo, a pró-atividade e as habilidades comunicativas do líder são essenciais para otimizar o uso das tecnologias.

Quer dizer que, quanto mais a tecnologia evolui, permitindo trabalhar em equipe a distância ou em homeoffice, mais as habilidades comunicativas são demandadas. Comunicar-se, rotineiramente, com clareza, objetividade, concisão e assertividade permeiam qualquer interação entre o líder e sua equipe.

Pratique, desenvolva-se e esteja preparado para isso. Seu negócio, seu papel como líder e seus liderados só têm a ganhar com isso.



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado pelo participação!