"O diabo desta vida é que entre cem caminhos temos que escolher apenas um, e viver com a nostalgia dos outros noventa e nove" (Fernando Sabino)
Talvez em algum momento de nossas vidas tenhamos ouvido esta máxima: “a vida é feita de escolhas”. E é provável que cada pessoa tenha uma interpretação para esta reflexão. O fato é que estamos escolhendo a todo momento, consciente ou inconscientemente. Desde o que vamos comer, o que vamos vestir até como vamos nos comportar ou mesmo que pensamentos vamos manter em nossas mentes, onde colocaremos nosso foco. E quando optamos por A, estamos abrindo mão de B e às vezes de C e D. E cada escolha traz uma consequência.
Hoje, vivemos em mundo que nos sufoca com tantas opções. Vende-se a falsa imagem de que somos livres, pois temos infinitas possibilidades. Existem milhares de variações e possibilidades para cada tipo de produto ou serviço disponível no mercado e podemos acabar perdidos nesse mar de infinitos desfechos e caminhos. E isso poderia ser uma das causas da depressão, o conhecido mal do século.
O psicólogo Barry Shwartz estuda as relações existentes entre economia e psicologia e publicou um livro com o tema “O paradoxo da escolha – Por que mais é menos”, onde ele reflete sobre a insatisfação que pode ser gerada quando as opções são infinitas. Segundo ele, essa circunstância pode gerar basicamente dois cenários: um em que nos paralisamos pois não nos sentimos capazes de tomar uma decisão e outro em que, sim, fazemos a escolha, mas nos sentimos insatisfeitos. Com as muitas opções, nossas expectativas também se elevam, abrindo espaço para frustrações. Ele ainda lança uma dica: “o segredo da felicidade é ter baixas expectativas”. Para ele seria importante criarmos e mantermos um limite saudável para nós mesmos. O número mágico de opções que nos apoiam nas escolhas saudáveis ainda não está claro, mas com certeza é bem menor do que as disponíveis.
Muitos de nós também tentam se adequar às expectativas de outros: sociedade, família, amigos, grupo religioso, equipe de trabalho etc. E talvez isso contribua ainda mais para nossa frustração e insatisfação com as escolhas que fazemos. E aqui cabe uma reflexão: Quais são nossas reais expectativas? Quem nós queremos ser? O que de fato nos é importante?
É possível que estejamos perdidos de nós mesmos. Nossas mentes passam muito tempo dispersas em meio aos pensamentos que vagam pelas inúmeras tarefas, opções, sensações, distrações. E o que podemos fazer para nos encontrarmos e criarmos uma vida mais plena, satisfatória e feliz? Talvez começar com uma busca interna. Um mergulho, como o viabilizado por atividades como mindfulness e flow, que permita o resgate de nossas raízes e identidade. Com a clareza de quem somos, do que queremos ter e fazer em nossas vidas e de que legados queremos deixar para a humanidade, conseguiremos fazer escolhas mais conscientes, consistentes e saudáveis.
"A verdadeira viagem de descoberta não consiste em procurar novas terras, mas em ter novos olhos" – Marcel Proust.
Fonte: Administradores
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