quinta-feira, 9 de abril de 2015

Cientista brasileira cria sensor que detecta câncer antes dos sintomas

A ferramenta também pode ser utilizada no combate a doenças como a hepatites e o Alzheimer, apresentando uma taxa de erro de apenas 2 a cada 10 mil casos


No entanto, ainda se faz necessária a realização de uma nova fase de teste com o sensor, que só deve acontecer através de um financiamento para estudos complementares


A cientista Priscila Kosaka, de Brasília, acaba de relatar o desenvolvimento de nada menos que uma técnica responsável por detectar o câncer sem a necessidade de biópsias. De "brinde", o método também identifica a doença antes do aparecimento dos sintomas no paciente, o que aumenta a rapidez no tratamento e na cura.

Segundo Kosaka, isso é possível graças à um nanosensor com sensibilidade 10 mihões de vezes maior que a dos métodos dos exames tradicionais. O sensor funciona como um "trampolim muito pequenininho” com anticorpos que, quando em contato com uma amostra de sangue de uma pessoa com câncer, “captura” a partícula diferente e acaba ficando mais pesado.

Ainda segundo ela, o mesmo equipamento pode ser utilizado também no combate a doenças como a hepatites e o Alzheimer, apresentando uma taxa de erro de apenas 2 a cada 10 mil casos. 

“Em lugar de fazer uma punção na medula espinhal para extrair líquido cefalorraquidiano para o diagnóstico de distúrbios neurológicos, temos sensibilidade suficiente para detectar uma proteína em uma concentração muito baixa no sangue. Assim, o paciente não precisa passar por um exame tão invasivo, pode fazer um simples exame de sangue.”, relata a especialista ao G1.

“Atualmente não existe nenhuma técnica que permita a detecção de moléculas que estão em concentrações muito baixas e que coexistam com mais de 10 mil espécies de proteínas numa única bioamostra. Atualmente nenhuma técnica é capaz de encontrar a ‘agulha no palheiro’. Portanto, existe uma necessidade de tecnologias capazes de registrar moléculas individuais na presença de outras moléculas muito mais abundantes. E o nanosensor que desenvolvi é capaz de fazer isso.”, analisa a cientista em entrevista ao G1. 

No entanto, ainda se faz necessária a realização de uma nova fase de teste com o sensor, que só deve acontecer através de um financiamento para estudos complementares.

“[Estou] Muito feliz, amo o que faço. Consegui um resultado que parecia apenas um sonho há quase seis anos. O que me motivou? Conseguir proporcionar uma melhor qualidade de vida para as pessoas. Quero que o diagnóstico precoce do câncer seja uma realidade em alguns anos. “Trabalho em busca de um resultado como esse desde o meu primeiro dia no Bionanomechanics Lab.”, completa Priscila em fala ao G1.



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