Hormônio primitivo é responsável por processo que aumenta acúmulo de gordura. Saiba como amenizar os danos
Já falei aqui do Sistema Neurológico, que classifiquei como o CEO do nosso organismo-empresa. O segundo em comando e importância é o Sistema Endocrinológico, ou glandular. Ele produz hormônios, os “e-mails internos”, que dão as ordens para as células, as unidades de produção, para agirem conforme a ordem dada. Os problemas de saúde acontecem quando as ordens hormonais não são as melhores para o momento.
Quero dar um exemplo bem atual e comum dos meus pacientes executivos que vêm reclamando de cansaço, aumento de peso e também daquela barriguinha ou culote. Por que isso acontece? Sob estresse, o organismo aumenta sua produção do hormônio cortisol, que foi feito para as eras em que éramos hominídeos catadores. Naqueles tempos, não havia cadeira de ficar sentado, guloseimas ou cafés doces. Nem reserva de gordura. Éramos magros, mas muito fortes. Como conseguir energia para correr dos predadores se não tenho reserva de açúcar ou gordura? Então o sistema adaptativo bolou um hormônio para essas situações de emergência. A resposta foi gerar energia a partir do que havia em abundância: proteína! Músculos e neurônios.
Aí surgiu o nosso amigo cortisol. Ele aumenta a queima de massa magra (proteína) em situações de estresse. Mesmo que os predadores hoje sejam outros. O problema é que as células são limitadas. Quando elas geram energia a partir de proteína, elas param de gerar a partir de outras fontes, como gordura ou açúcar.
Nesse momento entra em cena o casal barriguinha e culote! Se você está em estresse crônico, sem controle e sem modular seu cortisol, o organismo vai ficar queimando seus músculos e cérebro e não vai queimar açúcar e gordura. Ou seja, a gordura não diminui e o açúcar se transforma em mais gordura ainda.
Como a nossa massa magra não é a mesma dos nossos ancestrais, além de mais gordinhos, ficamos moles de corpo e cérebro. É como uma empresa que queimou patrimônio, ficou com as dívidas e ainda perdeu capital de giro.
Como encarar o predador sem estourar de cortisol? Como o organismo é um sistema complexo e aberto, a solução exige táticas complexas. Mas deixo uma dica simples. Se o predador é inevitável e você sabe que o açúcar vai ter um destino cruel, diminua ao máximo a ingestão de carboidratos ou, se for incontrolável, apele para os carboidratos de baixo índice glicêmico (com menor potencial de virar açúcar ao entrar no organismo).
De modo geral, são os tubérculos (como batata doce, inhame, cenoura ou mandioca), cereais integrais e aqueles que mais têm fibras. As fibras, além de baixarem o índice glicêmico, dão satisfação, pois incham e enchem o estômago e ainda ajudam o intestino.
Fonte: Administradores
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