Quer perder dinheiro? Coloque-o na poupança
O artigo abaixo traz dicas importantes sobre investimentos, mas não garante qualquer resultado. Foi feito com o intuito de ajudar você e outras pessoas a tomarem as suas próprias decisões.
Diante de muitas dúvidas relacionadas a investimentos, muitas delas comuns a muitas pessoas, no último dia 23 de julho fiz junto com um parceiro um hangout ao vivo com o tema "Como começar a investir em 2015", para ajudar, ao mesmo tempo, o maior número de pessoas a tomar as melhores decisões. Para atingir um número ainda maior de pessoas, decidi transcrever os principais pontos abordados e disponibilizar o vídeo com a reprise completa (ao final do artigo).
Muitas pessoas querem investir em algo seguro e que tenha uma rentabilidade razoável, mas ficam sempre em dúvida no que por o dinheiro. Percebi que a questão é que as informações não são compiladas. Existem muitas informações, mas encontrar a informação correta nem sempre é tarefa fácil.
Muito tem se falado em crise econômica no Brasil. Para embasar as informações sobre investimentos, primeiro mostro um breve relato sobre o nosso atual cenário econômico.
O cenário econômico atual em nossa análise (todo baseado em dados oficiais):
- Emprego: 2015 é o pior ano desde os anos 90, pior até do que a crise de 2008. O cenário do emprego começou a ficar ruim em 2010, se acentuou em 2014 e despencou em 2015.
- Inflação: estável ao longo dos anos 2000, com uma pequena queda nos governos Lula. Voltou a subir nos governos Dilma e se descontrolou no final de 2014. Está no ponto mais alto desde a crise de 2002/2003. A tendência é a de continuar alta nos próximos 2 anos, principalmente porque o dólar deve permanecer alto e a produção interna em baixa.
- PIB (produção): bons anos entre 2004 e 2011 (exceto 2009, por conta da crise de 2008), principalmente por conta do boom das commodities. Em 2012 começou a cair, em 2014 foi a praticamente zero e em 2015 a expectativa é de uma grande queda. Para 2016 a projeção também é ruim.
- Taxas de Juros: os juros estão no ponto mais alto desde 2006. Expectativa é de que vá pelo menos até 14% a.a. e que permaneçam altos enquanto a inflação não cair. Com isso, muitas oportunidades de investimento surgiram.
Como vimos, no geral, o cenário é ruim, com juros em alta. É momento de ser cauteloso, evitar dívidas e financiamentos (os juros nunca estiveram tão altos). A inflação está em alta, então é preciso procurar melhores investimentos para não perder dinheiro.
Embora muitos dizerem – e podemos considerar que estamos em crise, é importante ficar ligado que em qualquer tipo de situação há oportunidades. Inclusive, nesse tipo de cenário, normalmente, é quando surgem as melhores oportunidades de ganhar mais dinheiro.
Como tirar proveito das altas taxas de juros
Como nós mostramos em um vídeo recente, no primeiro semestre de 2015 a poupança rendeu 3,76%, perdendo para a inflação (5,94%). Então, quem investiu na poupança perdeu dinheiro.
Inclusive essa perda de rentabilidade da poupança fez o governo mexer em alguns investimentos. Por exemplo, as LCI e LCA (que explico um pouco melhor daqui a pouco) tiveram a carência para saques aumentada, para tentar evitar uma alta migração de recursos da poupança para outras alternativas mais interessantes.
A bolsa de valores (IBOVESPA) também perdeu para a inflação e o cenário econômico e político têm atrapalhado a bolsa e favorecido o dólar e o ouro, investimentos campeões do primeiro semestre.
Nos investimentos de renda fixa, o tesouro direto tem sido o campeão em rentabilidade. Os títulos atrelados à inflação têm se saído bem (índice elevado, como já citei).
Os investimentos pós-fixados têm se saído bem por conta da alta da taxa SELIC. Alguns analistas acreditam que, justamente por conta da inflação continuar alta, a SELIC deve ficar em um patamar alto por um tempo longo, criando uma boa oportunidade em investimentos mais seguros como CDB, LCI, LCA, Fundos de Investimento e Tesouro Direto Pós.
Como podemos ver todos os dias no noticiário, os acontecimentos que afetam a economia são imprevisíveis, estão fora de nosso controle e não podem ser previstos. Por conta dessa imprevisibilidade, é sempre bom estar preparado para todos os cenários. Dessa forma, é sempre interessante fazer uma estratégia de Alocação de Ativos.
Por exemplo: investir em títulos pré-fixados, pós-fixados e atrelados à inflação. Assim seus investimentos vão render com alta ou baixa de juros e alta ou baixa de inflação. Alguns investimentos vão render mais e outros menos, mas você está protegido contra cenários extremos (alta inflação ou juros muito altos).
Da mesma forma, ter dólar, ouro e ações na bolsa ajuda a aproveitar grandes oportunidades nos ciclos de alta e baixa.
Em que investir pouco ou muito dinheiro e por onde começar (sugestão)
Para quem está começando, uma sugestão é colocar aquela parte do dinheiro que você pode precisar a qualquer momento em investimentos seguros, de pouca variabilidade e de alta liquidez, ou seja, que você possa sacar a qualquer momento. Exemplos: CDB, fundos de investimento em renda fixa.
Dois tipos de investimentos que se tornaram muito comuns são a LCI (letras de crédito imobiliário) e LCA (letras de crédito do agronegócio). É uma das melhores opções para quem quer investir com baixo risco (utiliza o mesmo fundo garantidor da poupança) e tem carência para resgate reduzida (em torno de 90 dias). Oferecem na maioria dos casos rentabilidade superior aos CDBs, pois não são tributados.
Se sobrar algum dinheiro após o investimento inicial, você pode tentar o Tesouro Direto, que tem apresentado grandes rendimentos e é mais seguro que a poupança.
O Tesouro Direto é mais interessante para prazos superiores a um ano, por conta das taxas e imposto de renda, mas com os ganhos atuais tem valido a pena mesmo no curto prazo.
Você também pode procurar algum fundo de investimento que faça essa diversificação e que cobre uma taxa de administração barata (de preferência até 1%, por exemplo). Os Fundos de Investimentos costumam ter liquidez diária, ou seja, você pode sacar a qualquer momento seu dinheiro.
O essencial é saber que não há atalhos. Para que a decisão tomada tenha a menor chance de erros, é preciso estudar e praticar. Investir é como uma balança: perde-se de um lado e ganha-se de outro. O importante é o lado mais pesado ser positivo, para que o resultado seja positivo.
Fonte: Administradores
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