Bom, o que me interessa neste texto é imprimirmos um olhar sobre o modelo de negócio do Facebook que, fundamentalmente, é baseado nos anúncios
Minha intenção com esse texto não é demonizar o Facebook, ok? Minha despretensiosa intenção aqui é pensar sobre esse modelo de negócio criado pelo Facebook e seu fabuloso time de engenheiros. O Facebook é uma potência midiática e impacta hoje cerca de 1,3 bilhão de terráqueos. Cara, isso é muita gente! Que outra mídia nesse planeta tem esse poder de fogo? Nenhuma.
Os caras são muito competentes no que se propõem a fazer. Criaram um site incrível, um palco no nosso tempo, uma nova ágora, um “playground azul”, como escreveu outro dia o prof. Vinícius Pereira, da UERJ.
O Facebook hoje está sendo estudado por diversas áreas do conhecimento. Os pesquisadores do marketing estão analisando o Facebook como plataformas mercadológicas. Eu, com a lupa da comunicação e do consumo, também estudo o Facebook como um ambiente onde marcas e pessoas constroem jogos discursivos e narrativas envolventes. Nossos amigos da Psicologia, Sociologia, Antropologia e até da Medicina estão analisando hoje o Facebook como um espaço onde se potencializam patologias humanas. Facebook vicia? Sim. Ele deixa algumas pessoas mais depressivas por conta de um uso excessivo? Sim. O Facebook aumenta ansiedade das pessoas? Sim.
Bom, o que me interessa neste texto é imprimirmos um olhar sobre o modelo de negócio do Facebook que, fundamentalmente, é baseado nos anúncios. O Facebook ganha dinheiro com seus anunciantes, assim como Google, Rede Globo, etc. Aliás, um modelo muito bem arquitetado.
Como se sabe, no Facebook é possível fazer campanha de divulgação com um nível de segmentação incrível e de uma forma que um gerente de marketing sempre sonhou. Nas mídias tradicionais (TV, jornal, rádio, folheto, revistas) sabemos que o nível de segmentação não é muito preciso. Ok, você até pode ter mais alcance nas mídias offline, mas a precisão de quem você está atingindo não é muito assertiva, sem dizer que você gasta verba de mídia mesmo que seu público não seja impactado como você planejou.
Se a pessoa virou rápido demais a página da revista e não passou o olho pelo seu anúncio, já era. Se o espectador estava concentrado no celular quando foi veiculado o anúncio da sua marca na TV, já era. Já no digital, você paga pelo anúncio apenas se o seu público-alvo for realmente impactado. Enfim, eu sou um fã das mídias digitais no que diz respeito à mensuração, segmentação, impacto e criatividade.
No entanto, o Facebook que, de alguma forma, protagoniza hoje a cena digital, está reduzindo de forma exponencial o alcance dos posts, tanto nas páginas de perfis de pessoas, como principalmente nas páginas de marcas ou fanpages. O que o próprio Facebook diz é que precisa realmente reduzir drasticamente o alcance desses posts.
Imagine se fosse aparecer na sua timeline 100% de todos os conteúdos postados pelas marcas que curte e amigos que você tem na rede? Segundo o Facebook não iríamos conseguirmos absorver e decodificar todo esse bombardeio de conteúdo. Sem contar que muita gente e muitas marcas publicam coisas pouco relevantes, coisas que não são dignas de um like ou um compartilhamento, ou dignas de uma parada de dedo nossa na tela do smartphone. Essa é a razão declarada por eles para fazer essa redução sumária de nossas publicações.
Há quem diga que essa medida “obriga” que os anunciantes paguem por meio de Facebook Ads para impulsionar os posts. O Facebook nega e diz que devemos ser relevantes, devemos usar nossos neurônios e fazer posts relevantes, interessantes, alinhados com o nosso posicionamento de marca.
Eu, por exemplo, tenho a minha fanpage para divulgar meus cursos, meus projetos e disseminar coisas (supostamente interessantes) que vejo pelas minhas andanças por aí. Esses dias fui dar aula na Business School aqui em São Paulo, que fica na unidade localizada no bairro do Brás, e há algum tempo instalaram lá uma loja da Starbucks. Golaço da universidade! Tirei uma foto e postei na minha fanpage. Para minha surpresa, o malvado algoritmo do Facebook entregou aquela minha foto apenas para 1% de meus fãs. Muito pouco, né? Será que ele, com isso, me provoca a injetar grana para bombar meu post? Ou meu post que foi irrelevante? No meu Instagram ele ganhou uns 40 likes. Isso é relevante, vai.
Vale lembrarmos que o Facebook é apenas uma entre as centenas de formas de comunicação que temos à disposição hoje. É uma forma muito potente, claro. Mas por meio dessa lógica “algorítmica-mercantil” (é assim que eu chamo) está nos forçando a sermos relevantes (nós tentamos ser) e a colocar grana na ferramenta. Não temos verba astronômicas como grandes marcas que injetam milhões ali. Por isso, me resta usar cada vez menos o Facebook e migrar para outras alternativas, como o uso do email-marketing, ou o próprio contato pessoal com meu público-alvo etc.
Pense nisso também! Vale realmente a pena investir dinheiro no Facebook? Experimente e avalie outras plataformas na hora de tentar alavancar a visibilidade de seus negócios. Pegue esse dinheiro que você está investindo no Facebook e transforme em comissão para sua equipe de vendas. Aposto que eles iriam vender o dobro do que já vendem hoje.
Pegue esse dinheiro que você está colocando no Facebook e transfira ele para eventos com seus melhores clientes. Certamente você irá estreitar ainda mais seu relacionamento com eles e a tendência é que seu volume de negócio se incremente.
Pegue esse tempo que você fica no Facebook durante horas ao dia e promova treinamentos de encantamento de clientes com sua equipe de linha de frente. Certamente seus clientes vão adorar e passarão a comprar mais de você. O Facebook é legal, mas use de forma sábia e com moderação. Parafraseando o pensador francês Pierre Lévy, “ou você domina o algoritmo, ou ele te domina”. Think about it...
Fonte: Administradores
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