Quando o seu trabalho depende muito de técnicas específicas, você precisa se perguntar o que
acontece se tudo mudar de uma hora para outra. Como você ficaria?
Como vimos no texto anterior, que abre esta série de artigos que produzi e vou publicar ao longo das próximas semanas sobre a obsolescência do conhecimento, o trabalhador tende a ficar obsoleto cada vez mais rápido, especialmente no que diz respeito às Competências Técnicas necessárias à realização de suas atividades.
Uma das formas de se proteger deste desgaste natural, causado pelo inevitável avanço tecnológico, é dominar a teoria por trás da prática, conforme discutido recentemente em A Importância da Teoria. Ao investir em sua Competência Conceitual, o trabalhador consegue, desta forma, não só adaptar-se aos novos ambientes e suas respectivas exigências, mas também ser, ele próprio, o agente desta revolução.
Anos atrás as ferramentas de edição de imagens eram parrudas, espaçosas, pouco intuitivas e nada interativas. Hoje elas estão em tablets e smartphones, em variados graus de complexidade, finalidade e usabilidade. Outro dia vi um destes com uma câmera de 40 megapixels. O dono exibia uma foto de um encontro de balonismo em que, num único clique panorâmico, algumas dezenas de imagens eram possíveis, a partir de recortes variados e enquadramentos múltiplos.
Independentemente da tecnologia embarcada ou da quantidade de pixels, a força bruta jamais substituirá o olhar do artista, o senso estético, a composição equilibrada – ou milimetricamente desequilibrada. São aptidões que transcendem hardware e software. Habilidades que se adaptam a versões, sobrevivem a upgrades e reinventam profissões.
Mas por que razão, então, os profissionais preferem a prática à teoria? Simplesmente porque é muito mais fácil – de aprender e de ensinar. Porque teoria envolve raciocínio abstrato, sistêmico, holístico, conceitual. Enquanto isso, a prática vem da imitação, da ferramenta replicável, da tecla de atalho. Monkey see, monkey do.
Do outro lado, os atuais programas de treinamento são quase inteiramente focados nesta última parte, reforçando um círculo vicioso que se retroalimente da sua própria obsolescência, da sua previsível defasagem, da manutenção deste status quo. E algo que as pessoas parecem se esquecer com frequência é que tão fácil quanto trocar as ferramentas é trocar as pessoas que seguram as ferramentas.
No texto seguinte veremos como a Competência Organizacional se deteriora com o tempo e como uma prática comprovadamente ineficaz se perpetua no ambiente de trabalho. Prática esta que, por sinal, até o próximo texto ser publicado você usará pelo menos uma vez – simplesmente porque também não se atualizou. Clique aqui e leia!
Fonte: Administradores
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