segunda-feira, 21 de novembro de 2016

E quando o que parece certo dá errado?




Esta é uma história real.

Certo dia, uma empresa de médio porte, algo em torno de 30 funcionários, visando aumentar a produtividade dos seus colaboradores, resolveu contratar um profissional para montar sua área de Recursos Humanos.

“Mas como assim? Ainda existem empresas desse porte que não têm essa área?”

Sim, e bem mais do que você imagina.

Pois bem, o profissional botou logo a mão na massa e começou implantando um programa de benefícios, coisa que a empresa jamais tivera. Tudo indicava que essa ação é a que mais geraria resultados em um curto espaço de tempo.

Acontece que os funcionários enxergaram a situação pelo lado inverso. Eles esperavam que tudo o que não havia sido feito em 20 anos fosse feito em 20 dias. Porém, até por uma questão de verba, a implantação teve de ser feita gradualmente.

Conclusão: seis meses e, em vez de reconhecimento, o profissional estava recebendo críticas dos funcionários.

E o pior era que os diretores da empresa começaram a dizer que o funcionário é assim mesmo, ingrato, e que talvez fosse melhor não conceder mais benefício nenhum.

Aparentemente, o profissional estava bem-intencionado e era competente. Então, o que faltou?

Duas coisas: planejamento e comunicação.

No caso do planejamento, aparentemente o profissional não perguntou o que os funcionários queriam. Apenas usou a própria experiência para deduzir o que achava que eles precisavam.

Já no caso da comunicação, a chegada do profissional gerou uma expectativa que não foi devidamente explicada. Faltou dizer aos funcionários, de maneira bem clara, que a implantação seria gradual, em função da verba disponível.

E o que esse profissional poderia ter feito?

Finalmente a pergunta que não quer calar.

No meu ponto de vista, a primeira coisa seria providenciar uma pesquisa para descobrir quais eram as prioridades mais imediatas dos funcionários. Em seguida, ele calcularia o valor de cada benefício, revelaria a verba disponível e poderia até convidar os funcionários para decidir a ordem da implantação, por meio de uma votação democrática.

Se o benefício mais caro fosse escolhido para ser implantado antes e consumisse toda a verba do ano, já ficaria claro que os demais benefícios ficariam para o ano seguinte.

A vantagem da votação seria a de transformar os funcionários em cúmplices, e não em críticos.

Finalmente, todo chefe precisa entender (e nem todos entendem) que os funcionários não são ingratos. Como qualquer ser humano normal, eles sempre tendem a dar mais valor ao que ainda não têm do que ao que já têm.

Momento do ADM, Diego Andreasi - 21 de novembro 2016.


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