Desde a década de 1950 até alguns anos atrás, a principal tendência de consumo era o acúmulo de bens e, para eles serem conquistados, era normal as pessoas trabalharem cada vez mais e em um só lugar durante muito tempo. No entanto, a Geração Y, também chamada de Geração Millenium – jovens nascidos depois da década de 1980 e antes do ano 2000 – passou a apresentar novos comportamentos de consumo e quebrou paradigmas sociais.
Adeptos a novas ideias e fortemente conectados, os novos trabalhadores preferem, ao invés de um emprego para toda vida, participar de correntes, grupos e empreender no mercado de trabalho. O importante para essa geração é estabelecer contatos, talvez não físicos, para a criação de novos negócios. A partir disso, surgiu um novo conceito de divisão de espaços empresariais, os chamados coworkings: ambientes corporativos compartilhados. O modelo que surgiu nas startups de tecnologia abrange hoje diferentes setores, se tornando uma alternativa de negócio para os novos empreendedores devido às estruturas qualificadas, mas com preço reduzido.
Para o fundador do Nós Coworking, Walker Massa, é uma espécie de ecossistema empreendedor. “Ao reunir empreendedores diferentes no mesmo ambiente, conseguimos estimular a criação de várias startups e, certamente, outros tantos negócios que não temos como sequer medir”, explica. O espaço foi fundado em 2011 e atualmente possui duas unidades, uma em Porto Alegre e outra em Recife, no Pernambuco. “Mais de mil empreendedores já circularam pelos nossos ambientes e aproximadamente 115 startups estão instaladas”, comenta Massa.
Oferecendo serviços de escritório e estendendo-se a locais para eventos e reuniões, os coworkings têm como ponto forte a relação custo-benefício. “Os escritórios compartilhados proporcionam uma boa estrutura para poder trabalhar tranquilo a custos acessíveis e ainda permitem que os frequentadores mantenham-se focados nas atividades”, destaca um dos sócios do Cuento Coworking, André Azeredo. Criado em 2010, quando ainda havia pouco conhecimento a respeito do termo, o Cuento conta atualmente com uma média de 30 coworkers – como são chamados – compartilhando o espaço.
Para uma das sócias e fundadora da Fábrica de Ideias Coworking, Aida Rosane Oliveira de Lago, ao optar por essa modalidade, os profissionais fortalecem o networking e ajudam a criar uma boa base de contatos. “Há uma maior chance de crescimento de negócios, graças às trocas de contato e ao aumento de credibilidade pelo fato do empreendedor estar em um ambiente profissional”, explica. Primeiro coworking de Porto Alegre com funcionamento 24 horas, durante sete dias da semana, a Fábrica de Ideias já beneficiou mais de 500 pessoas.
Apesar de ainda existir um certo receio em compartilhar a mesa com pessoas desconhecidas e a insegurança em relação à competitividade no mercado, o outro sócio do Cuento, William Werber, explica que as vantagens do formato acabam conquistando especialmente os jovens. “As startups e os empreendedores procuram esses espaços justamente por serem compartilhados e colaborativos, além da vivência de trabalhar em um modelo de escritório diferente”, aponta, destacando que os ambientes são propícios para o compartilhamento de ideias. “A inovação surge de uma divergência construtiva que se transforma em convergência e, dessa forma, são geradas novas ideias. Os coworkings são perfeitos para isso”, explica
Fonte: Revista Master
Momento do ADM - 05 fevereiro 2017.
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