domingo, 26 de fevereiro de 2017

A liderança cooperativa

O modelo de Liderança individualista não está mais funcionando, chegou a hora de se adotar uma postura menos centralizadora e mais cooperativa para se obter maiores resultados.



Desde que o mundo é mundo os líderes estão presentes, seja nos grupos humanos ou animais. O líder costuma apresentar características de vigor, agilidade e precisão, demonstra ter uma visão global, ferocidade e objetividade, ele precisa manter o grupo unido e em ordem. Ainda na natureza selvagem, o líder sempre enfrentou a disputa e o combate por questões de sobrevivência. Ser o líder da matilha não é fácil, sempre foi assim.  

O líder nos grupos humanos surge em todas as situações que exigem capacidade de planejamento, de visão geral, avaliação de cenários, e tomada rápida de decisões. Não é raro que pessoas com características de liderança apresentem fortes traços individualistas, criados para os fins de se manterem firmes em seus propósitos.  

Observando com atenção perceberemos que os líderes que temos na maioria dos empreendimentos, sãos líderes de tarefas, aqueles que conseguem gerir um planejamento de modo objetivo, que sabem ordenar e classificar, mas que geralmente são líderes individualistas.  

Essa é a liderança mais comum, aquela que grande parte das empresas tem conseguido desenvolver com sucesso. Mas por quanto tempo esse modelo será suficiente?  

As lideranças individualistas foram largamente alimentadas por nossa cultura, ainda na Escola e nas Universidades se propaga em largar escala a célebre frase: ‘’O homem é o lobo do homem. ’’ Muitas de nós internalizamos esse lema como uma espécie de resumo do mundo, especialmente no âmbito profissional. E já foi, quando o mundo do trabalho era dominado unicamente pela faceta masculina de lideranças.  

Ainda hoje é rara a figura do líder cooperativo, que também coloca em sua planilha as relações humanas com o grupo. Porém, nos últimos anos essa liderança com uma característica mais solidária vem se apresentando como uma exigência de mercado, e até arriscamos o palpite de que a liderança cooperativa é um conceito em construção que surge a partir da soma ativa das mulheres no mercado de trabalho e nas lideranças sociais.  

Nossa sociedade vive um momento de paradoxo, de um lado temos à mão tecnologias que nos permitem solucionar questões mais coletivas de modo rápido, por outro lado, temos cada vez mais dificuldade com as relações humanas, pois estamos nos distanciado humanamente das pessoas. As relações humanas estão em transformação, consequentemente, as relações de trabalho também, resta então, perceber e solucionar nossa realidade. É nesse contexto que nos interessa saber – o que é uma liderança cooperativa?  

A liderança cooperativa começa quando o líder deixa de ser uma figura messiânica, que têm à mão os milagres e soluções para tudo, e abre espaço no grupo para o desenvolvimento de todos os membros. O líder cooperativo busca integrar a todos na responsabilidade de construir soluções, seja para a empresa, para uma tarefa ou para o seu grupo.  

O exercício desse formato de liderança exige a construção de um ponto chave nas relações de trabalho: a empatia no contato com os membros de nossa equipe, a fim de que possamos despertar neles (e cada vez mais em nós mesmas) a paixão, o envolvimento e a vontade genuína de participação e cooperação.  

Esse é o patamar ideal – participação e cooperação, mas para o atingirmos necessitamos de decisões mais coletivas, que beneficiem um maior número de pessoas, contudo, tais decisões mais coletivas passam por líderes cooperativos, líderes solidários ao seu grupo, que desenvolvam características mais relacionais. 

A liderança cooperativa é aquele lugar que temos buscado há tempos, o espaço para unir e desenvolver nossas múltiplas competências e habilidades, de modo que nossas características peculiares ao feminino sejam o fundo propulsor do sucesso, onde a firmeza na direção, a perspicácia no trato com o outro e a destreza em dividir tarefas, poderá ser ampliada e dinamizada a fim de colher os frutos de uma legítima Liderança Feminina.  

Momento do ADM, Louise Vieira - 26 fevereiro 2017.


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