quinta-feira, 30 de março de 2017

Administração Pública, corporativismo político e feudalização nacional

Quem não escuta cuidado, escuta coitado!



No dia, 26/03/2017, diversos movimentos sairam às ruas em defesa de pautas que envolvem o apoio ao combate da corrupção e a moralização do sistema político atualmente vigente no Brasil.

Será a primeira manifestação com grande repercussão e divulgação após o impeachment de Dilma Rousseff, servindo como indicador tanto para avaliar o grau de envolvimento da população em relação às pautas propostas pelos movimentos quanto para avaliar o conformismo com as forças políticas que vêm governando o país.

Acerca do combate à corrupção, este que lhes escreve já discorreu inúmeras vezes: ele é essencial não só para corrigir as irregularidades que vinham ocorrendo no aparelho estatal, mas também para prevenir que projetos suprapartidários de perpetuação no poder sejam postos em prática, transformando o Brasil numa ditadura, dissimulada ou velada.

Por fim, não podemos esquecer da necessidade de um amplo conjunto de reformas estruturais para recolocar o país nos eixos do desenvolvimento econômico-social. Afinal de contas, o que se viu até aqui da gestão Michel Temer foi mais do mesmo que o lulopetismo vinha fazendo, o que nos levar a suspeitar se o impeachment de Dilma não vem servindo como “ponte” para o retorno de Lula ao poder e, por conseguinte, à venezuelização do país. Basta pensarmos que:

1. A reforma administrativa só serviu para redistribuir cargos entre novos aliados, preservar privilégios de antigos aliados e expurgar e perseguir alguns desafetos;
2. A reforma da previdência inicialmente proposta foi esvaziada e, ao que tudo indica, não alcançará as elites políticas e administrativas da Administração Pública, repassando a conta do rombo da previdência para o trabalhador assalariado;
3. A reforma trabalhista, da forma como vem sendo costurada nos bastidores de poder, preservará privilégios de sindicatos e favorecerá grandes grupos de empresários ligados a ramos que contam com as bênçãos de políticos, tal é o caso da terceirização de serviços;
4. A reforma tributária simplificará o cumprimento de obrigações do contribuinte, mas não reduzirá a carga sobre este, talvez até surgindo novos tributos para cobrir o rombo gerado pela incompetência técnico-gerencial de gestões anteriores e da atual de se fazer mais e melhor com cada vez menos recursos do cidadão; e
5. Quanto à reforma do sistema político, ela servirá tão somente para blindar as cúpulas dos partidos e para avançar sobre o dinheiro do cidadão, via fundo partidário custeado com recursos públicos.

No mais, desejo um ótimo dia 26 de manifestações populares pacíficas e em defesa do Brasil que ainda nos resta.

Um forte abraço a todos e fiquem com Deus!

Momento do ADM, Pedro Papastawridis - 30 de março 2017.


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