Pesquisa de Alfred D. Chandler – sobre estratégia e
estrutura organizacional envolvendo o processo histórico das grandes empresas
Du Pont, General Motors, Sears e Standard Oil. A conclusão de Chandler é de
que, na historia industrial dos últimos cem anos, a estrutura organizacional
das grandes empresas americanas foi sendo gradualmente determinada pela sua
estratégia de mercado.
A estrutura organizacional corresponde ao desenho da
organização, isto é, à forma organizacional que ela assumiu para integrar seus
recursos, enquanto a estratégia corresponde ao plano global de alocação dos
recursos para atender a uma procura do ambiente. As organizações passaram por
um processo histórico envolvendo quatro fases iniciais distintas:
• acumulação
de recursos: nesta fase as empresas preferiram ampliar suas instalações de
produção a organizar uma rede de distribuição. A preocupação com
matérias-primas favoreceu o crescimento dos órgãos de compra e aquisição de
empresas fornecedoras que detinham o mercado de matéria-prima. Daí o controle
por integração vertical que permitiu o aparecimento das economias de escala.
• racionalização
do uso de recursos: as empresas verticalmente integradas tornaram-se grandes e
precisavam ser organizadas, pois acumularam mais recursos do que era
necessário. Os custos precisavam ser contidos por meio da criação de uma
estrutura funcional, os lucros dependiam da racionalização da empresa e sua
estrutura deveria ser adequada às oscilações do mercado. Para reduzir os risco
das flutuações do mercado, as empresas se preocuparam com o planejamento,
organização e coordenação.
• continuação
do crescimento: a reorganização geral das empresas na segunda fase possibilitou
um aumento da eficiência, fazendo a diferença de custo entre as várias empresas
diminuírem. Daí a decisão para a diversificação e a procura de novos produtos e
novos mercados.
• racionalização
do uso dos recursos em expansão: a ênfase reside na estratégia de mercado para
abranger novas linhas de produtos e novos mercados. Os canais de autoridade e
de comunicação da estrutura funcional, inadequados para responder à
complexidade crescente de produtos e operações, levaram à nova estrutura
divisional departamentalizada. Cada linha principal de produtos passou a ser
administrada por uma divisão autônoma e integrada que envolvia todas as funções
de staff necessárias. Daí a necessidade de racionalizar a aplicação dos
recursos em expansão, a preocupação crescente com o planejamento de longo
prazo, a gestão voltada para objetivos e a avaliação do desempenho de cada
divisão. Conclusão: Diferentes ambientes levam as empresas a adotar diferentes
estratégias, que exigem diferentes estruturas organizacionais.
Teoria da Contingência
Pesquisa de T. Burns e G.M. Stalker
Pesquisa de T. Burns e G.M. Stalker: sobre organizações
mecanísticas e orgânicas. Pesquisaram para verificar a relação existente entre
as praticas administrativas e o ambiente externo dessas organizações. Ficaram
impressionadas com os métodos nitidamente diferentes encontrados. Classificaram
as indústrias pesquisadas em dois tipos: organização “mecanísticas” e
“orgânicas”. Verificaram as práticas administrativas e as relações com o
ambiente externo das organizações mecanicistas (burocrática, permanente,
rígida, definitiva e baseada na hierarquia e no comando) e orgânicas (flexível,
mutável, adaptativa, transitória e baseada no conhecimento e na consulta).
As organizações mecanísticas apresentam as seguintes
características:
• Estrutura
burocrática organizada a partir de uma minuciosa divisão de trabalho. A
organização se caracteriza por ciclos de actividades rotineiras que se repetem
indefinidamente.
• Cargos
ocupados por especialistas nas respectivas tarefas com atribuições fixas,
definidas e delimitadas. Cada um executa sua tarefa como se fosse distinta e
separada das demais.
• Centralização
das decisões: tomadas somente pela cúpula da organização.
• Hierarquia
de autoridade rígida: com pouca permeabilidade entre os níveis hierárquicos,
autoridade baseada na posição.
• Sistemas
rígido de controle: com estreita amplitude administrativa pela qual cada
supervisor tem um numero determinado de subordinados.
• Sistema
simples de comunicação: o fluxo de informação quase sempre conduz mais ordens
de cima para baixo do que dados e retorno de baixo para cima.
• Predomínio
da interacção vertical: entre superior e subordinado.
• Ênfase
nas regras e nos procedimentos: formalizados por escrito e que servem para
definir os comportamentos das pessoas.
• Ênfase
nos princípios universais da gestão: princípios funcionam como norma sobre como
a empresa deve ser organizada e dirigida.
• Na
realidade a organização mecanísticas funciona como um sistema mecânico, fechado
e introspectivo, determinístico e racional, voltado para si mesmo e ignorando
totalmente o que ocorre no ambiente externo que o envolver.
As organizações orgânicas apresentam:
• Estrutura
organizacional flexível e adaptável
• Os cargos
são continuamente modificados e redefinidos
• Descentralização
das decisões
• Hierarquia
flexível
• Amplitude
de comando do supervisor e extensa
• Maior
confiabilidade nas comunicações informais
• Predomínio
da interacção lateral e horizontal
• Ênfase
nos princípios do bom relacionamento humano
• Na
realidade as organizações orgânicas funcionam como um sistema vivo, aberto e
complexo, extrovertido e voltado principalmente para a sua interação com o
ambiente externo. A adaptação e o ajustamento as demandas ambientais provocam
constantes mudanças internas na organização.
Teoria da Contingência
Pesquisa F. E. Emery e E.L.
Trist
Pesquisa de F. E. Emery e E.L. Trist: sobre os contextos
ambientais e suas conseqüências para as organizações. Eles procuravam
identificar o processo e as reacções que ocorrem no ambiente como um todo, no
sentido de classificar a natureza do ambiente que circunda a organização e as
consequências da natureza ambiental sobre a natureza da organização. Para ambos
existem quatro tipos de contexto ambiental, cada qual proporcionando determinada
estrutura e comportamentos organizacionais. Identificaram 4 tipos de ambientes:
• meio
plácido e aleatório: concorrência pura, produtos homogéneos e muitas empresas
pequenas que não conseguem sozinhas influenciar o mercado. Justamente pelo seu
pequeno tamanho, a organização não pode afectar as outras organizações do
ambiente. Essas organizações sobrevivem em pequenas unidades, isoladas, e
dificilmente se adaptariam a um outro tipo de ambiente: são bares, mercearias e
pequenas oficinas.
• meio
plácido e segmentado: concorrência monopolística, produtos diferenciados e
organizações de médio porte com alguns controles sobre o mercado. Dentro das
condições ambientais as organizações tendem a crescer em tamanho, tornam-se
multifuncionais e muito hierarquizadas e possuem controle e coordenação
centralizados.
• meio
perturbado e reativo: neste ambiente mais dinâmico que estático, desenvolvem-se
organizações do mesmo tamanho, tipo, objectivos, dispondo das mesmas
informações e pretendendo o mesmo mercado. Neste contexto ambiental, as
confrontações não ocorrem mais ao acaso, uma vez que todos sabem o que os
outros pretendem fazer e aonde a organização quer chegar. Oligopólio, poucas e
grandes organizações dominantes do mercado. Bancos, concessionárias. Surgem
rivalidades, tornando necessário o conhecimento das reacções dos rivais.
Exemplo organizações que actuam num mercado estreitamente disputado, como
companhias de petróleo ou de cimento.
• meio de
campos turbulentos: caracterizam-se pela complexidade, turbulência e dinamicidade.
Entretanto, esta dinamicidade não é causada somente pela presença de outras
organizações, mais pelo complexo dinâmico de forças existente no próprio
ambiente. Esta condição requer um relacionamento que, enquanto maximiza a
cooperação, reconhece a autonomia de cada organização. Alem da cooperação
interorganizacioanal, ocorre neste tipo de ambiente uma continua mudança
associada com inovação, provocando relevantes incertezas. Forte impulso para
pesquisa e desenvolvimento ou tecnologia avançada. Mercado monopólio puro, uma
ou pouquíssimas organizações controladoras do mercado.
Teoria da Contingência
Pesquisa P.R.Laurence e J.W. Lorsch
Pesquisa de
P.R.Laurence e J.W. Lorsch: sobre a defrontação entre organizações e ambiente,
envolvendo dez empresas (plásticos, alimentos e recipientes), concluíram que os
problemas básicos são:
• Diferenciação:
á divisão da organização em subsistemas ou departamentos cada qual desempenham
uma tarefa especializada em um contexto ambiental também especializado. Cada
subsistema ou departamento tende a reagir unicamente àquela parte do ambiente
que é relevante para a sua própria tarefa especializada. Se houver
diferenciação ambiental, aparecerão diferenciações na estrutura organizacional
e na abordagem empregada pelos departamentos: do ambiente geral emergem assim
ambientes específicos, a cada qual correspondendo um subsistema ou departamento
da organização. Cada subsistema da empresa reage apenas à parte do ambiente que
é relevante às suas atividades.
• Diferenciação
versus integração: ambos os estados – diferenciação e integração – são opostos
e antagônicos: quanto mais diferenciada é uma organização, mais difícil é a
solução de pontos de vista conflitantes dos departamentos e a obtenção de
colaboração efectiva.
• Integração:
refere-se ao processo oposto, isto é, ao processo gerado por pressões vindas do
ambiente global da organização para alcançar unidades de esforços e coordenação
entre os vários departamentos. as partes de uma empresa constituem um todo
indissolúvel e nenhuma parte pode ser afectada sem afectar as outras partes.
Esta pesquisa levou à formulação da Teoria da Contingência:
não existe uma única forma melhor de organizar, em vez disso, as organizações
precisam ser sistematicamente ajustadas às condições ambientais. Assim, a
Teoria da Contingência apresenta os seguintes aspectos básicos:
• A
organização é de natureza sistêmica; ela é um sistema aberto.
• As
variáveis organizacionais apresentam um complexo inter-relacionamento entre si
e com o ambiente.
Carina
Silva, Momento do Administrador, 07 de janeiro 2014.



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